Educação também nos protestos

Ricardo Patah

Presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores - UGT


16/10/2013

Na noite de ontem (15), o Brasil assistiu, mais uma vez, protestos violentos no Rio e em São Paulo.

 

No Rio de Janeiro, o centro da cidade se tornou campo de guerra após manifestação de professores em greve. Uma verdadeira batalha, que durou quase três horas, foi travada entre manifestantes e policiais. Saldo final: pontos de ônibus, lojas, edifícios, comerciais agências bancárias, e prédios públicos depredados, um carro da polícia incendiado, 201 pessoas detidas e um jovem baleado.

 

Em São Paulo, uma manifestação liderada por estudantes da USP também terminou de forma violenta. Cerca de 3.000 manifestantes, segundo os estudantes (300 na conta da PM), se reuniram no largo da Batata, de onde partiram em direção ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.

 

Mas o grupo mudou de ideia e decidiu bloquear as pistas da marginal Pinheiros, uma das principais vias da cidade.  Com isso o confronto começou, pedras de um lado, bombas de efeito moral, de gás lacrimogêneo e balas de borracha de outro. Saldo final: uma loja de decoração invadida, bancos e estações de Metrô depredados, 15 manifestantes feridos e 56 pessoas detidas.

 

Por si só a situação já é bastante preocupante. Invasão de lojas, quebra-quebra e violência não são formas de manifestação. Todos possuem direito à liberdade de expressão, mas essa agressividade não é saudável nem produz os resultados desejados. No fim do dia, os manifestantes apenas causaram transtornos à população e colocaram vidas em perigo.

 

Mas lamentável mesmo é que todas esses fatos aconteceram no “dia dos professores”. Mais do que um dia de comemoração, o 15 de outubro deveria ser utilizado para reflexão, para se pensar novos caminhos para educação, para buscar a valorização daqueles que são essenciais para o desenvolvimento do País, pois são eles que formam todos os outros profissionais. 

 

As manifestações de ontem deveriam ter sido utilizadas para conscientizar a população em relação a importância da educação e também sobre a necessidade de valorização dos professores e não serem utilizadas como instrumento de intimidação contra o Poder Público e pânico entre a população.