‘Japonês da Federal’, preso na Sucuri, ganha apoio de seus pares

09/06/2016

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou nesta quarta-feira, 8, nota de apoio ao agente da PF Newton Ishii, conhecido como Japonês da Federal e que foi preso na sede da Polícia Federal em Curitiba para cumprir pena de quatro anos e dois meses de prisão por descaminho e corrupção quando atuava na fronteira do Paraguai, em Foz do Iguaçu.

 

A entidade se diz ‘surpresa’ com a prisão do agente alegando que ainda há recursos possíveis e afirma ainda que vai apoiá-lo no que for necessário. “Estamos lutando para que se faça justiça ao Newton e sua família, posto que ele já vem sendo punido injustamente há muitos anos, mesmo após árdua luta para provar sua inocência”, afirma o presidente da Fenapef, Luís Boudens.

 

No texto, a Fenapen ainda lembra que a condenação de Ishii, que se tornou um símbolo da Lava Jato e do combate à corrupção no País, não tem relação nenhuma com a operação que vem sendo conduzida em Curitiba e já botou os maiores empreiteiros brasileiros na cadeia.

 

A entidade dos federais diz que Japonês da Federal ajudou a ‘construir o prestígio’ da Lava Jato.

Diferente dos presos da Lava Jato que ele ajudou a conduzir para a PF em Curitiba ao longo das 30 fases da emblemática operação de combate à corrupção, Ishii está em uma de sala separada na sede da Polícia Federal e não na carceragem.

 

Ele foi condenado em 2009 pela Justiça Federal no Paraná por corrupção e descaminho, ao facilitar a entrada no Brasil de produtos contrabandeados do Paraguai. A condenação foi mantida pelo STJ em março deste ano, que determinou pena de quatro anos e dois meses de prisão o que, na prática, permite que ele cumpra sua condenação já no regime semiaberto. O cumprimento da pena, contudo, ainda precisa ser definido pelo juiz de Foz do Iguaçu.

 

O agente foi um dos 23 policiais federais alvos da Operação Sucuri, deflagrada em 2003 para apurar um esquema supostamente formado por agentes da PF e da Receita Federal que facilitava o contrabando na fronteira com o Paraguai em Foz.

 

Ishii responde a três processos, derivados da Operação Sucuri, sendo um na esfera criminal, outro administrativo e um terceiro por improbidade administrativa.

 

A ÍNTEGRA DA NOTA DA FENAPEF

“Nota de esclarecimento sobre a detenção do Newton Ishi, o Japonês da Federal

 

A Federação Nacional dos Policiais Federais – Fenapef vem manifestar seu total apoio ao agente federal Newton Ishii, conhecido como “Japonês da Federal”, que está na Superintendência Regional da Polícia Federal, em Curitiba, para cumprimento de pena imposta nos autos do processo judicial relativo à Operação Sucuri, ocorrida em Foz do Iguaçu em 2001.

 

Famoso pela sua atuação nas prisões de políticos e grandes empresários nas investigações da Operação Lava Jato, Newton que se apresentou, ontem, por volta das 11 horas da manhã, aos policiais federais, logo que soube que seu recurso fora negado no Superior Tribunal de Justiça.

 

A detenção do agente Newton Ishi surpreendeu a todos, pois o primeiro processo contra ele fora anulado integralmente para posteriormente ser refeito. Há ainda recursos pedindo anulação de todo o feito. Outros agentes federais envolvidos na Operação Sucuri já tiveram seus processos anulados e outros foram absolvidos por falta de provas.

 

O departamento jurídico do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná está acompanhando de perto o caso para tomar todas as medidas necessárias no sentido de que Newton Ishii seja solto já na próxima semana.

 

A Fenapef está prestando todo apoio necessário ao agente Newton, que tem sido um ícone do combate à corrupção e ao crime organizado. “Estamos lutando para que se faça justiça ao Newton e sua família, posto que ele já vem sendo punido injustamente há muitos anos, mesmo após árdua luta para provar sua inocência”, afirma o presidente da Fenapef, Luís Boudens.

 

Os fatos não guardam nenhuma relação com a Operação Lava Jato, que vem sendo um marco no combate à corrupção no Brasil, prestígio do qual o Newton Ishii ajudou a construir.”

 

Fonte: Estadão