Ford e trabalhadores aprovam acordo que evita demissão de 850 no ABC

29/06/2016

Funcionários e Ford entraram em acordo e evitaram o que seria a demissão de 850 pessoas na fábrica de São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista. Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (28) foi garantida a estabilidade no emprego dos funcionários até 2018.

 

O acordo, costurado ao longo de mais de dois meses de negociação entre o sindicato dos metalúrgicos do ABC e a empresa, garante ainda questões como o pagamento de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e o reajuste já negociado na campanha salarial. Também nesta terça-feira, a chinesa Chery anunciou a suspensão da fábrica em Jacareí (SP), em mais um acontecimento que ajuda a exemplificar a crise do setor automotivo. 

 

“Com este acordo conseguimos tirar o fantasma das demissões sumárias que pairava sobre a fábrica desde que a direção nos informou que não pretendia renovar o Programa de Proteção ao Emprego (PPE)", afirmou o presidente do sindicato e funcionário da Ford, Rafael Marques.

 

A renovação do PPE por parte da empresa, a qual se refere Marques, tem duração de mais três meses. Durante esse período, todos os metalúrgicos passarão por um treinamento para que possam trabalhar nas duas montagens finais – de carros e caminhões. 

 

Detalhes do acordo

O acordo prevê ainda que, após o término do PPE, um novo layoff para 450 metalúrgicos ocorra acompanhado de um Programa de Demissão Voluntária (PDV). A meta de adesão é de 300 trabalhadores da produção e 100 dos setores administrativos, totalizando as 850 pessoas que seriam impactadas. A partir do fechamento dos PDVs, a estabilidade fica garantida até janeiro de 2018.

 

“As análises de mercado indicam que teremos uma recuperação muito lenta do setor se nenhuma medida de estímulo muito forte for feita pelo governo. A capacidade instalada é muito superior à demanda hoje e, por isso, a importância do acordo”, disse.  A Ford, por exemplo, anunciou mais um corte em seu programa anual, de 1200 caminhões e 750 carros, para a planta de São Bernardo.

 

Fonte: Brasil Econômico