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Passageiros bem informados e readequações realizadas pela Infraero (estatal que administra aeroportos) fizeram com que as filas para o embarque diminuíssem no aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (20), após as alterações das regras de fiscalização exigidas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

No terceiro dia após a implantação da fiscalização mais rigorosa, os passageiros enfrentaram menos tumulto em Congonhas. Uma das medidas que facilitou o embarque foi o aeroporto abrir mais cedo do que o normal.

Congonhas, que normalmente abre às 5h e tem os primeiros voos a partir das 6h, abriu às 4h nesta quarta-feira (20), já que a recomendação é a de que o passageiro chegue com duas horas de antecedência para evitar atrasos.

O acordo para a abertura do aeroporto mais cedo foi fechado entre ANAC e companhias aéreas na tarde desta terça-feira (19).

A redistribuição dos funcionários da Infraero, a reorganização dos divisores de fluxo, a criação de uma fila única no embarque e o reforço da visualização sonora e visual, facilitaram o fluxo de passageiros.

Mudanças

Os funcionários da Infraero, que estavam concentrados no andar superior de Congonhas, para orientar na área de embarque, foram distribuídos e passaram a ocupar também o térreo do terminal aéreo. Desta foram, o passageiro, recebia informações desde a sua saída do check in até o início da fila.

Antigamente, o aeroporto tinha apenas três divisores de fluxo, já que há três equipamentos para a leitura dos bilhetes. Agora, os divisores foram divididos para suportar um número maior de pessoas e a fila único agilizou o processo de chegada até a esteira. Nos momentos de acúmulo de passageiros, entre 6h e 8h normalmente, a fila passou a ser organizada desde o térreo com os divisores de fluxo, que são recolhidos após esse período.

As companhias aéreas abriram no andar térreo um embarque exclusivo para passageiros preferenciais. Já o embarque prioritário, que pode ser utilizado por passageiros comuns quando não há pessoas com deficiência, mulheres grávidas ou com crianças de colo, continua sendo realizado na área comum.

De acordo com a Infraero, não foi necessário aumentar o número de policiais federais que fazem a fiscalização na esteira, já que são 45 agentes divididos nos nove equipamentos de raio-x, número exigido pela Anac.

Com as mudanças, a Infraero também disponibilizou cartazes nos saguões para informar das novas regras e está emitindo avisos sonoros. A antecipação da distribuição de sacolas plásticas (para a colocação de objetos metálicos) e de bandejas também fez com que a fila andasse mais rápido até as nove esteiras com máquinas de raio-x.

A Infraero estuda a instalação de novas esteiras no setor de embarque. Para isso, equipes de engenheiros estão realizando projetos, já que o espaço é pequeno.

Nesta quarta, entre 6h e 8h, apenas um voo atrasou das 45 partidas programadas. A fila de passageiros já havia dispersado por volta das 7h30. Na segunda-feira (18), havia filas para embarcar até as 9h40. Na terça (19), a fila acabou por volta das 8h10, segundo a Infraero.

Sem atraso

Acostumados a chegar próximo da hora do embarque nos voos nacionais, o passageiro antecipou sua chegada ao aeroporto de Congonhas além das duas horas recomendadas pela Anac.

Com medo de perder o voo, o estudante Luiz Eduardo Cartolano, de 18 anos, que embarcaria para Florianópolis às 10h30 chegou às 8h.

A autônoma Jaqueline de Carvalho, de 47 anos, foi mais precavida. Com voo às 10h20 para Brasília, chegou ao terminal três horas antes do previsto.

“Tava com medo de chegar e pegar fila, mas estava tranquilo, estava muito vazio”, conta. “Eu acho que se for preciso tem que cumprir. Aqui a gente já tem que chegar cedo por causa do trânsito que é difícil”, comentou sobre a antecipação do horário. No entanto, ela demonstrou insatisfação ao fato de levar mais tempo aguardando no aeroporto do que chegar até sua casa após a decolagem do avião. “Eu que moro em Brasília acho ruim, porque é perto. Do aeroporto até a minha casa levo 20 minutos”, ressaltou.

O médico Manoel Elias de Rezenda, 64 anos, chegou três horas e meia antes do embarque. “Eu vi que estava havendo dificuldade para o embarque e para check in, mas hoje foi muito tranquilo, foi bem rápido”, Manoel Elias de Rezenda, 64 anos “Eu achei normal as mudanças, isso aí tem no mundo inteiro, é uma segurança a mais para o cidadão”.

De férias, a analista de marketing Tamires Alves, de 29 anos, estava com o filho André, de 8 anos, e o noivo, o técnico eletrônico Renan Bonilha, de 29 anos “A gente resolveu chegar um pouquinho antes para garantir”. No entanto, ela reclamou do caos enfrentado pelos passageiros nos dias anteriores. “Eu achei que foi de última hora e o pessoal ficou bem perdido, acho que isso deveria ter sido melhor programado”, disse.

Fonte: G1