'Inflação do aluguel' desacelera alta para 0,18% em julho, diz FGV

29/07/2016

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) desacelerou de 1,69% em junho para 0,18% em julho, divulgou nesta quinta-feira, 28, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os aluguel de imóveis.

 

O resultado do IGP-M de julho ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, entre 0,15% a 0,55%, e abaixo da mediana de 0,24%.

 

Entre os três indicadores que compõem o IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) saiu de 2,21% em junho para -0,01% em julho. Na mesma base de comparação, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) saiu de 0,33% para 0,29%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou de 1,52% para 1,09%. A variação acumulada do IGP-M em 12 meses até julho é de 11,63%. No acumulado do ano de 2016 até julho, o indicador tem alta de 6,09%.

 

Dentro do IPA, maior destaque de baixa no mês, os preços dos produtos agropecuários no atacado caíram 0,25% em julho, após registrarem alta de 5,89% em junho. Já os preços de produtos industriais avançaram 0,09% ante alta de 0,75% em junho.

 

Os preços dos bens intermediários subiram 0,28% em julho ante avanço de 1,48% em junho. Já a variação dos bens finais foi de +1,41%, após elevação de 1,65% no mês anterior. Os preços das matérias-primas brutas recuaram 1,96% em julho, ante alta de 3,66% em junho.

 

No ano, o IPA acumula aumento de 6,68%. No período de 12 meses encerrados em julho, o indicador acumula alta de 13,72%.

 

Preços ao consumidor. A principal contribuição para a desaceleração registrada no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) veio do grupo Habitação. De junho para julho, o grupo saiu de uma alta de 0,69% para 0,13%, puxado pelo comportamento da tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 0,89% para -1,04%.

 

Segundo a FGV, também foi registrado decréscimo nas taxas de variação de outras duas classes de despesas. O grupo Vestuário passou a registrar deflação (0,70% para -0,07%), sendo que o destaque foi o item roupas (0,60% para -0,27%). A taxa de variação do grupo Despesas Diversas também caiu de forma significativa (1,48% para 0,58%), sendo que a principal contribuição foi a deflação de cigarros (2,74% para -0,52%).

 

Por outro lado, quatro classes de despesas apresentaram acréscimo nas taxas de variação. O grupo Alimentação saiu de 0,12% para 0,44% em julho, tendo como maior contribuição o item laticínios (3,90% para 8,28%). O grupo Educação, Leitura e Recreação passou de -0,03% para 0,62%), sendo que a maior influência foi passagem aérea (-4,90% para 14,40%). O grupo Transportes manteve deflação, mas menor (-0,26% para -0,04%). A principal contribuição foi do item tarifa de ônibus urbano (-0,28% para 0,28%). Já o grupo Comunicação teve leve aceleração de 0,13% para 0,16%, tendo como maior contribuição o item mensalidade para TV por assinatura (0,00% para 0,43%).

 

As maiores influências de alta para o IPC na passagem de junho para julho foram leite tipo longa vida (6,44% para 15,58%), feijão-carioca (26,08% para 33,78%), plano e seguro de saúde (1,04% para 1,05%), feijão-preto (4,32% para 33,55%) e passagem aérea (-4,90% para 14,40%).

 

A lista de maiores pressões negativas, por sua vez, é composta por milho em grão (5,65% para -11,19%), minério de ferro (-3,56% para -9,17%), soja em grão (14,82% para -3,68%), batata inglesa (28,48% para -17,47%) e mamão (-40,66% para -44,89%).

 

Construção. Entre as maiores pressões de alta do INCC-M estão os custos com ajudante especializado (3,07% para 2,16%), servente (2,96% para 1,67%), pedreiro (2,46% para 2,07%), carpinteiro (fôrma, esquadria e telhado) (apesar da desaceleração de 2,97% para 2,17%) e eletricista (1,43% para 2,50%).

 

Os itens que mais influenciaram o índice de forma negativa foram cimento Portland comum (-1,73%, mesmo porcentual visto em junho), aluguel de máquinas e equipamentos (0,19% para -1,08%), condutores elétricos (-1,82% para -1,66%), esquadrias de alumínio (-0,01% para -0,59%) e metais para instalações hidráulicas (0,12% para -0,37%). 

 

Fonte: Estadão