Brasil ocupa penúltima posição em ranking de competitividade com 18 países

20/01/2017


O Brasil ficou na penúltima posição em um ranking de competitividade que inclui 18 países, de acordo com estudo anual da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento compara nove critérios que influenciam a capacidade de uma empresa brasileira competir com uma companhia estrangeira. O ranking é liderado pelo Canadá, seguido por Coreia do Sul e Austrália. O País só ficou à frente da Argentina.

 

De 2015 para 2016, o Brasil piorou em quatro indicadores: disponibilidade e custo de mão de obra; ambiente macroeconômico; competição e escala do mercado doméstico; e tecnologia e inovação. O Brasil se manteve estável nos critérios disponibilidade e custo de capital; infraestrutura e logística; peso dos tributos; e ambiente de negócios.

 

A pior colocação foi no quesito disponibilidade e custo de capital. Entre os 18 países, o Brasil teve a maior taxa de juros real de curto prazo (11%) e o maior spread bancário (31,3%). “Felizmente, vemos o início da solução disso, com o Banco Central começando a reduzir os juros”, afirmou o gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

 

O diretor de Políticas e Estratégia da entidade, José Augusto, disse que a expectativa é que a Selic fique abaixo dos dois dígitos até o fim do ano. “Podemos ter alguma mudança no ranking deste ano com os avanços na área fiscal, o combate à inflação e a taxa de juros em queda.”

 

A boa notícia do estudo é que o País melhorou no fator educação, saindo da 10.ª para a 9.ª posição. No ano passado, o Brasil destinou 6,4% do PIB para a educação, volume inferior apenas ao da África do Sul, que reservou 7,3% do PIB para esse fim.

 

É na educação que o País está na melhor posição. No entanto, esse volume de investimentos não se reflete na qualidade do ensino. Fonseca explicou que, no programa internacional de avaliação de estudantes (PISA) de 2015, o País ficou na 12.ª posição entre 14 países. “Há um problema de gestão. Precisamos fazer com que esse gasto gere resultados eficientes”, afirmou.

 

No quesito disponibilidade e custo de mão de obra, o Brasil caiu da 5.ª para a 11.ª posição. Segundo Fonseca, embora a desvalorização do real frente ao dólar tenha tornado os salários mais baratos, a baixa produtividade do trabalhador teve peso maior nesse quesito. Isso significa que é preciso mais pessoas para cumprir um mesmo trabalho no Brasil que em outros países.

 

Desde que o levantamento começou a ser realizado, em 2012, o País nunca conseguiu sair do penúltimo lugar. Integram o ranking outros 17 países com economias similares, como África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Índia, Indonésia, México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia e Turquia.

 

Fonte: Estadão