Sindicato dos Motoristas quer reverter multa considerada uma ação antissindical

30/03/2017


O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de São Paulo, juntamente com a União Geral dos Trabalhadores (UGT) participaram, na noite desta quarta-feira, 28, na prefeitura Municipal, de uma reunião com Júlio Semeghini, secretário de Governo e Sérgio Avelleda, secretário municipal de Transportes.

 

O encontro teve como objetivo discutir a multa que foi aplicada ao Sindicato logo após as manifestações do dia 15 de março, contra os projetos de reforma, trabalhista e previdenciária, propostos pelo governo federal. “Para nós do Sindicato, essa multa de 50 milhões é uma forma de intimidação contra as ações da nossa categoria”, explicou Valdevan Noventa, presidente do Sindicato dos Motoristas.

 

Noventa enfatizou que as manifestações não tiveram como foco o governo ou a prefeitura de São Paulo, contudo a notificação foi tão pesada que, para os sindicalistas, a multa é uma retaliação contra a organização da classe trabalhadora. “Mais parece um recado do governo dizendo ‘olha o que a gente consegue fazer com vocês, se vocês se manifestarem daí, a gente pune daqui'”.

 

Canindé Pegado, secretário Geral da UGT questionou a aplicação da multa e o seu alto valor. “Um valor desses é muito alto até mesmo para a prefeitura, se vocês estivessem recebido uma multa dessas estariam fazendo de tudo para anular, então porque um sindicato de trabalhadores tem que ser punido dessa maneira?”.

 

Pegado lembrou que nem uma empresa flagrada com trabalho analógico a escravidão, que a pior forma de violação dos direitos humanos, recebe uma multa nessas proporções.

 

Júlio Semeghini e Sérgio Avelleda se comprometeram a resolver essa situação e agendaram outro encontro. Na próxima sexta-feira, nova reunião acontecerá para buscar uma solução definitiva para essa questão.