Programa Água Legal leva mais qualidade de vida para a população

16/06/2017


Moradores que vivem na comunidade Pégasus, em Embu das Artes, recebiam água por meio de ligações clandestinas, o conhecido “gato”. Eles tinham que pegar água, que quase sempre vinha quente, direto da mangueira na rua com um galão. As crianças ficavam com muita diarreia ou desidratação quando faltava água. 

 

Adriana Silva, moradora da comunidade, passou muitas dificuldades sem água potável. “Eu já sofri muito, com filho pequeno, ter que ficar pedindo garrafa de água para os vizinhos para as crianças beberem”.

 

A história é parecida com a Zenaide Santana, que mora na comunidade Funcionários Públicos, na zona sul da capital, e também recebia água com péssima qualidade que chegava através de ligações clandestinas. “Antes, a água chegava no meio da lama, vinha até com mau cheiro. A gente não pagava, mas a água era muito ruim”. 

 

Pensando nisso e na qualidade de vida de pessoas que ainda vivem nessas condições, a Sabesp criou o programa Água Legal, que vai instalar ligações oficiais em áreas informais na capital e na Grande São Paulo, levando água potável a 600 mil moradores que deixam de se abastecer por ligações clandestinas – aqueles tubos espalhados pelas ruas, cheios de furos, expostos ao sol e à passagem de veículos, animais e pessoas por cima deles.

 

O programa, que surgiu como uma experiência piloto da Sabesp para diminuir os índices de perdas, tem como objetivo regularizar o fornecimento de água para 160 mil imóveis em áreas informais, possibilitando que as famílias tenham acesso à água potável e garantindo mais saúde e qualidade de vida para a população. Com o investimento de R$ 162 milhões até o próximo ano, a ação evitará a perda de 3,3 bilhões de litros de água por mês. 

 

O Água Legal também prevê a conscientização das famílias com vans percorrendo o bairro; visita porta a porta para explicar aos moradores os benefícios da ligação oficial de água; implantação das novas tubulações e conversa nas escolas com orientações sobre o uso racional de água.

 

Além disso, garante mais cidadania, já que todos os clientes residenciais que forem conectados na operação serão incluídos na tarifa social – que hoje é de R$ 7,59 para residências que consomem até 10 mil litros por mês, ou 33% da tarifa normal – e passarão a ter um comprovante de endereço com a conta da água. 

 

Essa ação de cidadania foi importante para os moradores que não conseguiam, por exemplo, matricular os filhos na escola municipal ou tinham dificuldade para serem atendidos no posto de saúde porque não tinham um comprovante de residência. 

 

Nelson Siqueira, morador da comunidade Pégasus, agradeceu a Companhia depois da implantação do programa. “Estamos muito felizes com a entrada da Sabesp aqui, porque há um tempo nós tínhamos água misturada com esgoto. As crianças aqui estavam quase sempre indo para o hospital. Mas agora a empresa chegou e colocou água potável com qualidade para melhorar a vida da nossa população”.

 

O programa também beneficia os bairros vizinhos, já que os vazamentos existentes nas áreas informais provocam diminuição na pressão da água na rede oficial, fazendo com que moradores do entorno possam até ficar sem abastecimento, valoriza as áreas urbanas e a preservação do meio ambiente.

 

Fonte: G1