Serviço de tapa-buracos é reduzido em 10 prefeituras regionais de SP

12/07/2017


A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão de João Doria (PSDB), determinou a suspensão do serviço de tapa-buracos na Vila Prudente (zona leste) e reduziu esse tipo de reparo ou o somente o valor do contrato em outras nove regionais da capital.

 

Em reportagem publicada nesta terça (11), o jornal "Agora" mostrou que o número de pedidos de serviço de tapa-buraco por parte da população explodiu no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2016.

 

Segundo dados da prefeitura, foram feitas 75.769 solicitações entre 1º de janeiro e 19 de junho, ante 54.658 em igual período do ano passado (aumento de 38,6%).

 

A determinação para a suspensão ou redução dos serviços de tapa-buraco tem sido publicada pelas prefeituras regionais no "Diário Oficial" desde março deste ano.

 

Na Vila Prudente, por exemplo, a suspensão do serviço de tapa-buraco vale por 120 dias desde o dia 25 de maio. O motivo apontado pela regional foi a "indisponibilidade orçamentária".

 

Quem vive no bairro não se conforma com a situação. "Tem muito buraco. Não faz duas semanas, eu tive que trocar o miolo da suspensão e a bieleta e fazer alinhamento e balanceamento no meu carro, que é novo, tem só três anos. Gastei R$ 800", afirma o funcionário público Marcus Quitshal, 43.

 

REDUÇÃO

 

Em outras prefeituras regionais houve a redução do serviço. São os casos de Santana/Tucuruvi, Jaçanã/Tremembé, Pirituba (zona norte), Guaianases, São Miguel Paulista, Itaquera, São Mateus (zona leste) e Butantã (zona oeste).

 

Segundo a publicação em "Diário Oficial", há também o caso da Sé, que teve a diminuição de 10% no valor de contrato, sem estar prevista a redução no serviço.

 

CONTINGENCIAMENTO

 

A Secretaria de Prefeituras Regionais, da gestão Doria, disse por meio de nota que há um contingenciamento (congelamento) de R$ 7,5 bilhões no Orçamento municipal, afetando áreas da zeladoria, como a Operação Tapa-Buraco, e que a diminuição nas toneladas aconteceu por causa disso.

 

Segundo a secretaria, na Vila Prudente (zona leste), os serviços de tapa-buraco estavam sendo realizados com auxílio da Superintendência das Usinas de Asfalto e, com a possibilidade de nova dotação orçamentária, voltarão "a funcionar na sua normalidade". Não há prazo. As prefeituras regionais dizem que o gerenciamento das ações é feito por suas equipes.

 

PREVENÇÃO

 

Especialistas afirmam que a prefeitura deveria contar com um setor de gerenciamento do asfalto, capaz de monitorar a qualidade da pavimentação e se antecipar aos problemas que levam ao surgimento dos buracos.

 

Professor de Departamento de Engenharia de Transportes USP São Carlos, José Leomar Fernandes Júnior afirma que é preciso fazer um passo a passo, com manutenção preventiva, correção e reconstrução do pavimento, que, se bem feito, pode durar 20 anos.

 

"Se tem mais de 10% [de tapa-buraco] em um quarteirão, já passou da hora de fazer recapeamento. Na nossa situação atual, até 30% seria aceitável", diz.

 

Mestre em transporte, Creso de Franco Peixoto diz que o gerenciamento permitiria economizar dinheiro público. "Enquanto a prefeitura está tapando buraco, é só trabalho de bombeiro", diz.

 

Fonte: Folha de SP