Carrefour Brasil pode obter até R$ 5,6 bi com venda de ações nesta semana

18/07/2017


Maior supermercadista em faturamento do país, o Carrefour Brasil lançará ações em Bolsa nesta semana, na mais valiosa operação do tipo deste ano.

 

O IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) pode levantar até R$ 5,6 bilhões se as ações saírem no topo da faixa de referência de preço, fixada entre R$ 15 e R$ 19.

 

O dinheiro é captado no Brasil porque parte dele será usada pela filial brasileira para pagar dívidas com a matriz. O grupo global Carrefour já tem ações negociadas na Bolsa de Paris.

 

Há estimativas de que a demanda não deve ultrapassar três vezes o total da oferta. Quando a companhia aérea Azul estreou na Bolsa, em abril, encontrou investidores dispostos a comprar até cinco vezes a quantidade de ações oferecidas ao mercado.

 

Uma das principais diferenças entre as duas operações é que, há três meses, o país dava sinais de estabilidade a investidores, com a promessa de uma aprovação rápida da reforma da Previdência.

 

Desde então, porém, o mercado -e a economia em geral- foi abalado pela crise política que balançou o governo Temer após a delação da JBS, em maio.

 

O início das negociações das ações do Carrefour Brasil na Bolsa ocorre na quinta (20). Nesta segunda (17) acabou o prazo para que investidores informem a quantidade de ações que pretendem comprar. O valor será conhecido até quarta-feira (19).

 

Para Evandro Pontes, professor do Insper, achar investidores interessados já é um feito porque o momento é de insegurança.

 

"Eles tiraram leite de pedra em uma situação tão turva. Sob a comparação histórica, houve IPOs melhores, mas será que daria pra repetir?"

 

Na operação, a empresa de investimentos da família de Abilio Diniz venderá parte dos 12% que detém no Carrefour Brasil.

 

"A venda das ações do Península pode ser um ponto de preocupação. Afinal, para um investimento de longo prazo, a Península entrou no capital do Carrefour só em 2014", diz a consultoria Empiricus. 

 

Fonte: Folha de SP