Classe média alta foi quem mais sentiu o peso dos preços

11/01/2018

A taxa de inflação de 2017 recuou para um patamar de pelo menos duas décadas atrás. Em média, os preços subiram 2,95% no país, segundoo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE) e 2,27% em São Paulo, de acordo com o IPC (Índice de Preços ao Consumidor, da Fipe).

 

Essas taxas são apenas uma média e não representam os custos exatos de cada consumidor. Para uns, o peso no bolso vem de alimentos; para outros, dos gastos com escola; e há quem sinta mais as despesas com saúde.

 

Em 2017, quando a inflação ficou abaixo da meta do governo (4,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo), qual foi a classe de renda mais afetada?

 

A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) fez um estudo comparativo dos efeitos da inflação do ano passado sobre os consumidores das classes de renda de 1 a 5 salários mínimos, de 1 a 10 e de 10 a 50.

 

Os dados apontaram que a inflação castigou mais os consumidores da classe média alta, que, no ano passado, sofreram impacto de 3,35% sobre os preços.

 

Já os consumidores que pertencem à faixa de renda de 1 a 5 salários mínimos tiveram um aumento médio de apenas 1,98%. Os que recebem de 1 a 10 salários enfrentaram alta de 2,27%.

 

A faixa de menor renda foi beneficiada pela queda do preço do alimento, que, em 2017, teve recuo médio de 2,5% em São Paulo.

 

Sentiu no bolso, porém, os custos com habitação e com transporte, que subiram 3,64% e 4,38%, respectivamente –os transportes pesaram mais para essa faixa de renda que para as demais.

 

Segundo a Fipe, de cada R$ 100 que os consumidores dessa faixa de renda gastaram no ano passado, R$ 26,5 foram com alimentos, R$ 33,8, com habitação, e R$ 12,5, com transporte.

 

Já os consumidores da faixa de renda de 10 a 50 salários mínimos tiveram uma evolução menor dos gastos com alimentos e habitação, mas foram castigados pelos elevados reajustes nos contratos de assistência médica e de educação.

 

Os contratos médicos e os gastos laboratoriais subiram 13% no ano passado para essa classe de renda. Já seus custos com educação tiveram elevação de 8%.

 

Saúde e educação também afetaram o orçamento das pessoas que ganharam entre 1 e 10 salários mínimos, mas com impacto menor que o percebido pela classe média alta.

 

Fonte: Folha de S.Paulo