Custo da Olimpíada do Rio já supera o de Londres-2012

17/04/2014

O custo estimado da Olimpíada de 2016, a ser realizada no Rio, alcançou R$ 36,7 bilhões, mas deve subir ainda mais até a data do evento.

 

O valor já supera os custos dos Jogos de Londres: R$ 32,1 bilhões (já considerando o reajuste da inflação).

 

Governos divulgaram ontem gastos de R$ 24,1 bilhões em obras consideradas legado dos Jogos do Rio, como investimentos em mobilidade urbana. Antes, já havia sido divulgado orçamento parcial com construção de arenas e a operação das competições.

 

A soma dos balanços parciais indica que 58% do total dos Jogos será custeado com recursos privados.

 

A participação de verbas públicas, contudo, ainda subirá, já que existem licitações a serem lançadas, como a do Parque Olímpico de Deodoro.

 

O orçamento estimado dos Jogos em 2009, quando o Rio venceu a disputa para sediar as competições, era de R$ 28,9 bilhões (ou R$ 38,1 bi em valores atualizados), com 15% de recursos privados.

 

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), afirmou que a cidade conseguiu economizar gastos com parcerias público-privadas.

 

"Nunca antes na história dos Jogos Olímpicos se conseguiu construir equipamento olímpico privado. Em Londres, o Parque Olímpico inteiro, a Vila dos Atletas é pública. Aqui, não", disse ontem o prefeito.

 

O documento divulgado ontem, contudo, não inclui obras prometidas ao COI (Comitê Olímpico Internacional) já concluídas, como a Transcarioca (via que liga a Barra ao aeroporto internacional).

 

A exclusão reduziu o orçamento olímpico.

 

Paes afirmou que ela não foi incluída porque estará pronta em junho deste ano.

 

"O plano de legado deve ser instrumento de cobrança das autoridades. Não faria sentido colocar obras já concluídas."

 

Há também áreas que tinham investimento previsto em 2009, mas que não estão contempladas no novo compromisso olímpico.

 

Aeroportos, segurança pública e saúde não estão presentes no Plano de Políticas Públicas, como foi nomeado o documento lançado.

 

"Temos que dividir o legado entre aqueles que são exclusivos dos grandes eventos e os que são antecipação de obras já planejadas, que seriam executadas com ou sem Jogos Olímpicos, com ou sem Copa", disse o ministro.

 

"As obras aeroportuárias não foram planejadas para os grandes eventos, mas para atender a necessidade da expansão da demanda nacional", afirmou.

 

"O dossiê [de candidatura] era uma coisa. O que trazemos hoje é a realidade", disse Eduardo Paes.

 

SEGURANÇA

De acordo com o general Fernando Azevedo e Silva, gastos com segurança pública ainda serão incluídos no plano. Não foram divulgados porque ainda não tem "maturidade suficiente".

 

Folha de S.Paulo