Instituto prevê aceleração das vendas no varejo do Brasil em abril e maio

22/04/2014

As vendas no varejo do Brasil devem acelerar em abril e maio, depois de um mês de março mais fraco, segundo o Índice Antecedente de Vendas do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IAV-IDV), divulgado nesta quinta-feira (17).

 

Em maio, o crescimento real estimado é de 8,2% em na comparação anual. O Dia das Mães, comemorado no segundo domingo do mês que vem, é considerada a segunda melhor data para o varejo no País depois do Natal.

 

Já para este mês, as expectativas de vendas apontam alta de 7,2% em relação ao mesmo mês de 2013, influenciada pela Páscoa.

 

A expectativa ocorre depois de um mês de março em queda das vendas do varejo nacional, que segundo o IDV subiram apenas 1,3%, afetadas em parte por efeito calendário.

 

Mais cedo nesta quinta-feira (17), índice divulgado pela empresa de cartões Cielo apontou para forte desaceleração no crescimento das vendas em março, apesar de uma expansão de 6,8% no primeiro trimestre.

 

De acordo com o vice-presidente do IDV, Fernando de Castro, um endurecimento na concessão de crédito por bancos privados e o aumento da inflação também tiveram impacto sobre o resultado de março.

 

"Há uma mudança no ritmo da inflação e o consumidor se retrai momentaneamente, sobretudo em relação a compras mais programadas", disse o executivo.

 

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,92% em março, no maior avanço para o mês desde 2003.

 

Para junho, o crescimento anual das vendas no varejo, segundo o IDV, deve desacelerar para 5,9%. Segundo Castro, junho tradicionalmente não é um mês forte para o varejo diante da proximidade com as férias escolares em julho.

 

Apesar da realização da Copa do Mundo de futebol em junho, a expectativa é que o evento tenha impacto pouco relevante nas vendas do varejo no último mês do primeiro semestre, de acordo com as estimativas da Cielo.

 

Não duráveis

Segundo o IDV, em março, o varejo de não-duráveis, que responde em sua maior parte pelas vendas de super e hipermercados, ramo alimentar e perfumaria, apresentou queda de 6,9% ante o mesmo período de 2013, mas subiu 1,92% ante fevereiro. A expectativa de crescimento para o segmento é de 5,4% em abril, 6,4% em maio e 4,9% em junho.

 

O setor de bens semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, e livrarias, teve alta de 3,2% no mês passado e a expectativa de crescimento em abril é de 10,4%. Para maio, a previsão é de 11,5% de expansão, desacelerando para 8,5% em junho.

 

Com a manutenção das alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha de móveis e linha branca, o segmento de bens duráveis registrou alta de 11,3% nas vendas em março. Para abril, maio e junho, a expectativa do IDV é de altas de 7, 7,9 e 5,2%, respectivamente.

 

No primeiro trimestre, o varejo brasileiro apurou crescimento de 5,2%, ante 2,2% de expansão no mesmo período do ano passado, disse o IDV.

 

"Emprego, renda e crédito, embora com tendência de taxas de crescimento mais baixas, ainda não indicam um obstáculo para um crescimento superior ao de 2013", disse em nota o presidente do IDV, Flávio Rocha.

 

Segundo Castro, de forma geral, o sentimento dos associados do IDV é de retomada do nível de crescimento de vendas entre 6 e 8% ao ano, patamar que está sinalizado no médio prazo.

 

O IDV representa 49 empresas varejistas de diferentes setores, como alimentos, eletrodomésticos, móveis, utilidades domésticas, produtos de higiene e limpeza, cosméticos, material de construção, medicamentos, vestuário e calçados.

 

Fonte: Ig