Saldo comercial de agosto é o pior desde 2001

02/09/2014

A exportação artificial de uma plataforma de petróleo permitiu que a balança comercial, que mostra a diferença entre exportações e importações, ficasse positiva pela primeira vez no acumulado do ano.

 

Graças à operação, houve superavit de US$ 1,2 bilhão em agosto. Mesmo assim, o saldo foi o menor para o mês desde 2001, informou nesta segunda-feira (1°) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

 

Não fosse a plataforma, as exportações superariam as importações em apenas US$ 52 milhões no mês passado e a balança comercial ficaria negativa em US$ 864 milhões no ano, em vez de superavit de US$ 249 milhões.

 

SEM SAIR DO PAÍS

A operação é vista com ressalvas pelo mercado, já que se trata de uma exportação contábil. A venda ao exterior é registrada, mas o equipamento não sai do país.

 

A empresa exportadora recorre à operação para obter vantagens fiscais.

 

A plataforma contabilizada em agosto foi "exportada" para a Suíça, mas será usada pela Petrobras no Brasil.

 

É a segunda operação do tipo no ano.

 

Em 2013, o saldo positivo na balança só foi possível diante da venda contábil de sete plataformas contratadas pela Petrobras, que inflaram as exportações em US$ 7,8 bilhões. Neste ano, contudo, a estatal planeja receber apenas duas, que já foram "vendidas".

 

A recuperação nas vendas de petróleo também ajudou no resultado do mês passado. As vendas subiram 43%, com aumento dos embarques para China, Índia e Chile.

 

Assim, as exportações totais ao menos empataram com as de agosto do ano passado pela média diária, mas houve redução nas vendas ao exterior para todos os principais mercados brasileiros: China, Estados Unidos, Argentina e União Europeia.

 

As importações mantiveram-se estáveis.

 

RÚSSIA

A situação mais difícil continua sendo no comércio com a Argentina, que vive uma crise econômica. Seguindo a tendência dos últimos meses, as exportações para o país vizinho caíram 33% em agosto ante o mesmo mês do ano passado.

 

Já as vendas para a Rússia cresceram, puxadas pelas vendas de carnes, que aumentaram quase 50% em relação a agosto de 2013.

 

No mês passado, o governo russo acelerou a autorização para que novas unidades de produção de frigoríficos brasileiros pudessem vender ao país após decidir suspender a compra de alimentos dos EUA e da Europa, que impuseram sanções ao país.

 

Fonte: Folha de S.Paulo