Onda de calor atípica faz vendas de ares-condicionados saltarem 323%

17/10/2014

O calor que atinge sobretudo as regiões Sudeste e Centro-Oeste em outubro está fazendo os consumidores adiantarem as compras de ventiladores, ares-condicionados e climatizadores de ar, na tentativa de evitar os problemas de desabastecimento ocorridos no início deste ano.

 

Nos últimos 15 dias, Casas Bahia e Ponto Frio dobraram as vendas desses produtos. Segundo o site comparador de preços Zoom, em 300 lojas on-line (que respondem por 90% do varejo virtual), a procura por ares-condicionados e ventiladores no Estado de São Paulo em setembro cresceu 323% e 54%, respectivamente, na comparação com o mesmo mês de 2013.

 

Ir às compras agora, antes do verão, pode garantir ao consumidor preços mais baixos evitar os problemas observados no começo deste ano, quando a alta procura gerou desabastecimento e falta de modelos no comércio, além de filas para instalação.

 

Segundo o presidente do departamento nacional de instalação e manutenção da Abrava (associação brasileira de refrigeração), Arnaldo Parra, se as temperaturas continuaram acima dos 30°C, a situação deve piorar.

 

"As empresas do ramo não tiveram um desenvolvimento expressivo para atender [no início do próximo ano] a uma demanda parecida com a de 2014. Mais do que os novos pedidos, vamos ter os aparelhos que precisam de manutenção."

 

De acordo com Parra, o prazo para instalação de um ar-condicionado, que hoje é de 7 a 10 dias, poderá chegar a 15 dias nos próximos meses, se a demanda crescer.

 

SECA

O fato de alguns climatizadores elevarem a umidade do ar justifica o aumento da procura por esse produto.

 

Dados do Zoom mostram que a demanda pelo item no Estado de São Paulo teve alta de 150% em setembro ante o mesmo mês de 2013.

 

Nesta semana, a umidade do ar na capital paulista ficou abaixo de 20%, e a cidade decretou estado de alerta.

 

A falta de chuvas e os cortes no abastecimento em São Paulo também vêm impulsionando as vendas de caixas d'água.

 

Entre janeiro e setembro, as vendas do fabricante Acqualimp, um dos maiores do país, só não cresceram em junho. O resultado é positivo se levada em conta a desaceleração da construção civil, principal cliente do ramo.

 

No mês passado, a comercialização de unidades teve alta de 39% sobre agosto.

 

"As pessoas estão comprando um reservatório maior para armazenar água. Antes, saíam as de 500 litros e 1.000 litros. Hoje, é de 2.500 litros para cima", afirma o diretor de varejo da empresa, Vinicius Ramos.

 

Ele também destaca os equipamentos de captação de água da chuva, bastante solicitados pelos varejistas.

 

"A seca tem efeitos positivos no negócio. Esperamos que estimule o uso racional."

 

Fonte: Folha de S.Paulo