Exportação de eletrônicos tem o pior mês em 11 anos

26/02/2015

As exportações brasileiras de produtos eletroeletrônicos despencaram 22,3% em janeiro, na comparação com o mesmo período do ano passado, e atingiram o menor valor mensal em 11 anos.

 

No total, foram vendidos ao exterior US$ 383,9 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão). Em janeiro de 2014, havia sido US$ 494,2 milhões.

 

"É um reflexo dos meses anteriores. Apesar de o dólar ter atingido agora um novo patamar, o favorecimento desse nível só acontecerá no médio prazo", diz o presidente da Abinee (associação do setor), Humberto Barbato.

 

"As mercadorias embarcadas em janeiro são de negócios realizados em agosto e setembro. Além disso, o mundo ainda não está com um bom nível de atividade para se vender de forma expressiva lá fora."

 

Para Barbato, as fabricantes brasileiras de eletroeletrônicos só teriam mais competitividade com um dólar acima de R$ 3.

 

O executivo afirma que ainda é preciso estudar quais as dificuldades que os empresários estão enfrentando para comercializar com outros países, mas ressalta que a manutenção do Reintegra --programa que concede benefícios fiscais aos exportadores-- é essencial para o setor.

 

Em janeiro, as importações também recuaram (-13,2%). "É um problema de mercado interno. Grande parte das importações é de componentes utilizados pelas fabricantes", acrescenta Barbato.

 

ARTICULAÇÃO BILIONÁRIA

A Investe SP (agência de desenvolvimento paulista) intermediará a execução de 23 projetos de investimentos orçados em R$ 3,2 bilhões nos próximos seis meses. Os negócios têm o potencial de gerar 8.300 empregos.

 

Os empreendimentos são dos setores de saúde, logística, alimentos e transformação. A região administrativa de Campinas, que engloba 40 cidades, terá a maior parte (12) das iniciativas.

 

É lá que será erguido um centro de transmissão em telecomunicações, com aporte de R$ 1,2 bilhão --o maior entre as 23 ações.

 

Os demais projetos serão na Grande São Paulo (cinco), Sorocaba (dois), São José dos Campos (dois) e Itapeva (dois).

 

"Os investimentos em bilhão são pontuais. O novo plano estratégico focará os pequenos e médios negócios que, se multiplicados, podem gerar muito mais", diz o novo presidente, Juan Quirós. A Investe SP tem mais 58 projetos cadastrados.

 

R$ 3,2 bilhões

serão investidos em São Paulo

 

8.300

é a projeção de novos empregos

 

Confiança do consumidor de SP recua 17,2% em fevereiro

 

O nível de confiança do consumidor da cidade de São Paulo em fevereiro foi o mais baixo para o mês nos últimos 12 anos, de acordo com pesquisa da FecomercioSP.

 

O índice chegou a 112,9 pontos, em uma escala de 0 a 200 (números mais altos apontam maior otimismo). A queda foi de 17,2% em relação a fevereiro do ano passado.

 

O pior desempenho no mesmo mês em anos anteriores havia sido registrado em 2003, quando atingiu a marca de 103,5 pontos.

 

O recuo neste mês foi influenciado por questões como os anúncios de elevação de impostos, a alta no preço da gasolina e, principalmente, pelo baixo crescimento do país, segundo a entidade.

 

Na comparação com fevereiro de 2014, os dois indicadores que compõem o cálculo tiveram quedas. A maior, de 23,1%, foi no que mede as condições econômicas atuais.

 

O subíndice que avalia as expectativas do consumidor, por sua vez, recuou 13%. Foram ouvidas 2.100 pessoas.

 

SÓ NO EXTERIOR

A fabricante francesa de sabonetes e perfumes Roger & Gallet vai encerrar suas atividades no Brasil no primeiro trimestre deste ano.

 

A L'Oreal, detentora da marca no país, informou que a decisão foi tomada porque a companhia quer focar seus recursos em estratégias prioritárias, como a do segmento de dermocosméticos.

 

A grife tinha uma loja própria em Ipanema, Rio de Janeiro, que foi fechada em janeiro deste ano. Até o fim de março, os produtos deixarão de ser comercializados também em farmácias.

 

O site brasileiro da companhia não cita mais a Roger & Gallet entre suas marcas.

 

A L'Oreal registrou € 1,9 bilhão (cerca de R$ 6,2 bilhões) em vendas na América Latina em 2014.

 

Fonte: Folha de S.Paulo