Carnaval da ‘pouca roupa’ é o lema nas lojas da 25 de Março

04/02/2016

Ninguém quer o Chaves inteiro. Aquele com chapéu, camiseta, suspensório e calça. Nem o pirata, com camisa preta e calça. O Super Mario, só se for o quepe.

 

Nas lojas da região da 25 de Março, principal centro de comércio popular do país, o folião paulistano anda procurando leveza nas fantasias –e, se possível, pouca roupa.

 

“Antes as pessoas procuravam fantasias inteiras”, lembra Pierre Sfein, 59, dono da Festa & Fantasia. “Agora, querem só um chapeuzinho, um acessório”, diz.

 

O chamado kit está bombando. Mais barato, ele tem apenas dois itens de uma fantasia: um chapéu e uma camiseta; uma boina e uma bermuda. Em São Paulo, um presidiário fantasiado, por exemplo, chega a pular Carnaval só de regata e bermuda. Por quê?

 

Gerentes e vendedores de lojas de fantasia da região têm uma explicação para a queda da fantasia: com o aumento dos blocos em SP e desfiles que duram horas, o folião não quer passar calor. No último fim de semana, as temperaturas chegaram a mais de 30º C.

 

“Esse negócio de fantasia grande está fora de moda. Muita gente pega só um chapeuzinho, ficar confortável”, conta Isabel Cristina, 37, vendedora do setor de chapéus.

 

Na tarde de ontem, a loja dela estava cheia. Isabel não parava: seu setor era o mais lotado. Do outro lado da loja, na parte de fantasias, pouca gente encostava no balcão.

 

A dona de casa Débora Deodato, 35, concorda. “Com esse calor , só dá pra usar uma coroa, um cocar”, diz.

 

“Experimentei uma fantasia de anjo, mas vi que não ia conseguir ficar com aquilo no calor. Ficou muito quente”, conta a farmacêutica Cyntia Oliveira, 26. Com uma amiga, teve uma ideia melhor:

 

Comprou coroas, cílios e chapéus. Vão de miss Colômbia e Filipinas. É uma brincadeira com o último concurso de Miss Universo, que por um erro entregou o prêmio para a colombiana. Segundos depois, foi corrigido e o título de miss foi para a a filipina.

 

“Vamos brigar pela coroa no bloco”, diz Cyntia.