Secretarias se unem no enfrentamento contra violência à mulher durante o carnaval

16/02/2018


Atender e orientar mulheres vítimas de violência: foi com esse objetivo que, durante as noites de desfile das escolas de samba de São Paulo (9 e 10/02), o Anhembi recebeu uma unidade móvel da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. O veículo, conhecido também como Ônibus Lilás, ficou estacionado na pista local da Marginal Tietê oferecendo diversos tipos de atendimentos, como aferições de pressão e medições de glicose.

 

Os profissionais também fizeram campanhas de conscientização contra o assédio sexual, distribuindo panfletos explicativos e tatuagens temporárias – cerca de 1,5 mil – com a frase “Não É Não”. “Achei ótima a iniciativa. Precisamos deixar bem claro que existem limites, avaliou a cabeleireira Débora Cristina Freire, que participou do carnaval pela primeira vez. “Se você concorda, tudo bem, mas se não concorda precisa ser respeitada”. Teve destaque também o slogan " Neste Carnaval Diga Não ao Racismo!", com a distribuição de 600 leques e ações de conscientização, realizadas em conjunto com o Departamento de Promoção da Igualdade Racial.

 

A parceria do Departamento de Políticas para Mulheres (SMDHC) com a Secretaria da Mulher do Sindicato dos Comerciários, SPTrans e Secretaria Municipal de Segurança Urbana intensifica o enfrentamento à violência de gênero – principalmente no período do carnaval, quando aumenta a quantidade de abusos: no ano passado o número de denúncias de violência sexual em todo o país, ao longo dos quatro dias de folia, cresceu 90% (foram 109 registros em 2017 contra 58 no carnaval de 2016 de acordo com o 180, serviço de atendimento de denúncias da Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal).

 

Para Isabel Kausz, da Secretaria da Mulher do Sindicato dos Comerciários, existem diversos tipos de violência cometida contra a mulher neste período – entre os quais o assédio sexual e situações em que o criminoso se aproveita da vulnerabilidade da vítima, em situações de embriaguez ou uso de drogas. “Algumas pessoas não têm preocupação ou cuidado de encaminharem essa vítima para uma unidade de atendimento. Pelo contrário, aproveitam-se destas situações”.

 

A coordenadora de gestão integrada da Guarda Civil Metropolitana, pertencente à Secretaria Municipal de Segurança Urbana, Elza Paulina de Souza, participou do evento dando todo o suporte necessário às ações. A Secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa Arruda, também visitou a unidade. “Infelizmente algumas pessoas ainda têm a falsa percepção de que no carnaval tudo é permitido, quando deveria ser o contrário. Não podemos tolerar condutas inadequadas e criminosas, entre as quais o assédio sexual”, afirmou.