Barbara Bush morre aos 92 anos

18/04/2018


Barbara Bush, ex-primeira-dama dos Estados Unidos, morreu nesta terça-feira (17), aos 92 anos, informou a família. Os detalhes de funeral ainda serão anunciados.

 

"A ex-primeira-dama dos Estados Unidos da América e incansável defensora da alfabetização Barbara Pierce Bush morreu aos 92 anos nesta terça-feira, 17. Ela deixa seu marido George H. W. Bush, com quem foi casada por 73 anos, seus cinco filhos e companheiros, 17 netos, sete bisnetos e seu irmão Scott Pierce", diz o comunicado.

 

Com a saúde frágil após uma série de internações, Barbara Bush decidiu não buscar mais tratamentos médicos, conforme anunciou um porta-voz da família no último domingo (15).

 

O ex-presidente dos EUA e filho de Barbara, George W. Bush, falou sobre a perda da mãe: "Eu, Laura, Jenna e Barbara estamos tristes, mas nossas almas estão tranquilas porque sabemos que a dela também estava. Barbara Bush foi uma primeira-dama incrível e uma mulher diferente de qualquer outra que trouxe leveza, amor e alfabetização a milhões. Para nós, ela foi muito mais. Sou um homem de sorte por tê-la como mãe. Nossa família vai sentir muito sua falta e agradece suas orações".

 

Jeb Bush, ex-governador do estado da Flórida, também se manifestou: "Columba e eu nos juntamos a todos os membros da família Bush em expressar nossas sincera gratidão por tanto amor e apoio pela nossa mãe nos últimos dias. E sou muito privilegiado por ser filho de George Bush e da extremamente graciosa, divertida, engraçada, forte, amável, inteligente mulher que foi era uma força da natureza conhecida como Barbara Bush.”

 

Trump e ex-presidentes lamentam

O atual presidente dos EUA lamentou a morte da ex-primeira dama em um comunicado divulgado em seu Twitter: "Eu e Melania Trump nos juntamos à nação para celebrar a vida de Barbara Bush. Como esposa, mãe, avó, esposa de um militar e ex-primeira dama, a Sra. Bush era uma advogada pela família americana. Entre uma das suas maiores conquistas foi reconhecer a importância da alfabetização como um valor familiar. Ela será lembrada por sua forte devoção ao país e à família, ambos a quem serviu muito bem".

 

O ex-presidente Bill Clinton também falou sobre Barbara: "Uma mulher notável. Ela tinha coragem e graça, cérebro e beleza. Ela era feroz e resoluta em apoio de sua família e amigos, seu país e suas causas. Ela nos mostrou como é uma vida honesta, vibrante e plena. Hillary e eu lamentamos sua morte e abençoamos sua memória".

 

Barack e Michele Obama também divulgaram comunicado relembrando a trajetória de Barbara: "Ea foi a pedra sólida de uma família dedicada ao serviço público. Nossos pensamentos e orações estão com o ex-presidente George Bush e toda a família Bush. Seremos sempre gratos pela generosidade que ela nos demonstrou durante nosso período na Casa Branca".

 

Crítica de Trump

Em entrevista a rede americana CNN em fevereiro de 2016, Barbara expressou seu desgosto pelo então candidato à presidência dos EUA, Donald Trump: "Ele disse coisas horríveis sobre as mulheres, coisas horríveis sobre os militares. Eu não entendo por que as pessoas gostam dele. Estou cansada dele".

 

Esforços de alfabetização

A Fundação Barbara Bush para Alfabetização Familiar começou durante seus anos na Casa Branca com o objetivo de melhorar a vida dos americanos menos privilegiados, ampliando a alfabetização de pais e filhos.

 

A fundação faz parcerias com programas locais e, em 2014, concedeu mais de US$ 40 milhões em para criar ou expandir mais de 1.500 programas de alfabetização em todo o país.

 

“Eu ainda sinto que sermos mais alfabetizados irá nos ajudar a resolver muitos dos outros problemas enfrentados por nossa sociedade”, escreveu ela em sua biografia de 1994.

 

História

Barbara Bush é a segunda mulher na história dos EUA a ser esposa e também mãe de um presidente.

 

Seu marido, George H. W. Bush, foi o 41º presidente do país, enquanto seu filho George W. Bush, um dos seis filhos do casal, foi o 43º.

 

Abigail Adams foi a mulher do segundo presidente dos EUA, John Adams, e mãe do sexto presidente do país, John Quincy Adams.

 

O cabelo branco

O cabelo castanho de Barbara Bush começou a ficar grisalho nos anos 1950, quando sua filha de então 3 anos, Pauline, chamada pela família de Robin, foi submetida a um tratamento contra a leucemia. Ela morreu em outubro de 1953.

 

Barbara Bush recusou-se a tingir o cabelo, que acabou ficando branco. Mais tarde ela disse que cabelos tingidos não lhe caíam bem e atribuiu à cor a imagem que tinha perante o público, de "avó de todo mundo”.

 

Seu filho George disse que uma “das maiores conquistas” de seu pai, que gostava de inventar apelidos para amigos e parentes, foi chamar Barbara de “a raposa prateada”.

 

Colar de pérolas

O colar de pérolas falsas com três voltas de Barbara Bush se tornou uma tendência nacional depois que ela o usou na posse de seu marido, em 1989. As pérolas se tornaram um sinônimo de Bush, que mais tarde disse que as escolheu para esconder as rugas em seu pescoço.

 

A sincera confissão apenas impulsionou sua imagem pública de senso comum e pé no chão. Uma versão do colar, “o famoso três voltas, atado à mão com fecho dourado”, ficou disponível por US$ 125 na George Bush Presidential Library and Museum na Texas A&M University.

 

A personalidade

George W. Bush ressaltou, em seu livro pós-presidencial “Decision Points”, que herdou de sua mãe uma personalidade rápida e contundente.

 

A mulher dele, Laura, disse que sua sogra “conseguiu insultar quase todos os meus amigos com um outro comentário amargo perfeitamente cronometrado”.

 

Barbara Bush manteve seu sarcasmo disfarçado em público, embora um deslize notório tenha acontecido em 1984, quando seu marido estava concorrendo à reeleição como vice-presidente na chapa de Ronald Reagan.

 

Seus oponentes democratas, Walter Mondale e Geraldine Ferraro, questionaram se pessoas ricas como os Bush conseguiam se identificar com os americanos comuns. Uma Barbara Bush irritada disse a um repórter que Ferraro era uma “'não posso falar' de US$ 4 milhões – mas rima com rica (rich, em inglês)”. Bush, mais tarde, disse que quis dizer “witch” (bruxa) e se desculpou; Ferraro aceitou as desculpas.

 

Fonte: G1