Saiba como travar dólar em compras no cartão contra oscilações no câmbio

11/06/2018


A Caixa Econômica Federal ainda é o único dos grandes bancos brasileiros que aderiu à resolução do Banco Central que permite ao cliente travar a cotação da moeda estrangeira com o valor do dia da compra —e não com o da data do fechamento da fatura— com o cartão de crédito internacional.

 

A possibilidade foi anunciada pelo BC em novembro de 2016, mas a autoridade monetária estipulou que a adesão ficaria a cargo de cada instituição financeira.

 

A ideia é que, com essa alternativa, o consumidor possa evitar surpresas negativas com a oscilação da moeda entre o momento do gasto e o dia de fechamento da fatura.

 

Quem fez compras na primeira semana do mês passado por exemplo, pode ter levado um susto com o valor em sua fatura. Em 4 de maio, o dólar era cotado a R$ 3,52, mas saltou para R$ 3,73 no dia 30 —isso sem contar IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e taxas administrativas.

 

Na Caixa, a opção por segurar a cotação do dólar deve ser feita na primeira vez em que o cliente liberar o cartão internacional, seja pelo aplicativo, pela central de atendimento ou nas agências. 

 

“Uma vez escolhida a forma de conversão, o cliente poderá mudá-la novamente depois de 90 dias, utilizando os mesmos canais”, afirma o banco.

 

A possibilidade vale também para compras via internet em sites de outros países.

 

Embora não trabalhem com a trava do preço nos moldes determinados pelo BC, grandes bancos oferecem outras opções para o consumidor tentar aumentar a previsibilidade da fatura ao realizar gastos internacionais.

 

O Itaú permite ao cliente fazer carregamento em dólar, euro ou libra nos cartões de crédito ou múltiplos.

Nesse serviço, o consumidor “carrega” o cartão com a moeda estrangeira, e a conversão é feita pela cotação do câmbio na data dessa recarga.

 

Compras em estabelecimentos, sites internacionais e saques no exterior são abatidos do saldo pré-carregado. 

 

Enquanto o saldo for suficiente para pagar pelas compras, o cartão funciona como um pré-pago. Depois, volta à função de crédito normal —em que a conversão é feita pela cotação da moeda na data do vencimento da fatura.

 

A cada transação, o cliente pode receber uma mensagem no celular (SMS) informando o saldo carregado disponível.

 

O pagamento da recarga pode ser via conta corrente ou cartão de crédito.

 

O Itaú ressalta que o serviço não está disponível para todos os cartões do banco. Estão de fora cartões como os de financeiras, que são predominantemente de uso nacional.

 

No Banco do Brasil e no Santander, o cliente pode antecipar o pagamento da fatura, caso entenda que o dólar está mais favorável e queira usar a cotação daquele dia.

 

Antes de travar o câmbio no dia da compra, o consumidor deve considerar alguns fatores. A cotação dos bancos costuma ser maior do que a de casas de câmbio —é possível conferir o preço cobrado, que inclui a taxa, tarifas e impostos, neste link. 

 

Além disso, no Brasil, as transações em outras moedas estrangeiras são convertidas para dólar para depois serem transformadas em real. Assim, pode acontecer de a bandeira do cartão não utilizar a paridade pura da moeda para o dólar, adicionando algum spread (ganho).

 

É preciso levar em conta ainda as taxas adicionais cobradas. No cartão pré-pago e no de crédito, há IOF de 6,38% sobre a transação.

 

O QUE OS BANCOS OFERECEM

 

Caixa econômica federal

Cliente escolhe se quer que a fatura do cartão de crédito internacional considere o câmbio no dia da compra ou no vencimento da fatura

 

Forma de conversão é definida ao desbloquear o cartão (por aplicativo, central de atendimento ou nas agências) e pode ser alterada após 90 dias

 

Itaú

No próprio cartão que já possui (crédito ou múltiplo), o cliente pode ativar a função de carga em moeda estrangeira comprando moeda

 

Disponível nas agências, pelo site do banco ou pela central de atendimento (3003-3030 para capitais e regiões metropolitanas ou 0800-727-3030 nas demais localidades ou chamadas de celular)

 

Banco do Brasil e Santander

Permitem a antecipação da fatura do cartão, caso o cliente entenda que a cotação do dólar está mais vantajosa do que no vencimento da fatura.

 

Fonte: Folha de S.Paulo