Cachorros doam sangue e salvam outros animais no Hospital Veterinário da UnB

12/06/2018


Muita gente não pensa nisso, mas cachorros – assim como os humanos – fazem transfusão de sangue. Por falta de conhecimento, o número de voluntários nos bancos de sangue canino é bem menor do que a necessidade dos animais, e muitos morrem à espera de uma transfusão.

 

No Distrito Federal, o Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (UnB) tem 45 cachorros cadastrados como doadores. Mas segundo o veterinário Jair Duarte, como na maioria dos lugares, não há estoque de sangue.

 

Para mostrar como é feita a doação e de que maneira os donos – ou tutores como são chamados pelos veterinários – podem ajudar a salvar vidas, o G1 dividiu essa reportagem em três partes:

 

Chico Bento, o golden retriver que é "pet influencer digital"

Flor, a corso italiano que doou pela primeira vez

O que é preciso para um cachorro se tornar doador

 

Chico Bento

Chico Bento é um golden retriever, de 4 anos e 9 meses, que mora em Brasília. Com perfil nas redes sociais há 3 anos, ele tem 26,7 mil seguidores e faz campanha para divulgar a doação de sangue canino.

 

Além de ser "pet influencer digital" ele é muito solidário. Desde que se tornou voluntário, há um ano, doou sangue três vezes. A tutora do Bento, Dayane Siqueira, diz que sempre achou interessante a doação de sangue canino, mas não tinha informações de como fazer.

 

Foi quando ela soube, pelo veterinário, que um pet corria risco de vida e estava precisando de uma transfusão urgente. Na mesma hora, Dayane correu com o Chico Bento para o Hospital Veterinário da UnB.

 

A cane corso italiano Flor, de 1 ano, doou sangue pela primeira agora em junho. O G1 acompanhou e estreia da grandalhona que não deu um pingo de trabalho. Flor chegou a dormir durante a coleta, enquanto um outro cachorro aguardava para receber a transfusão.

 

A tutora da Flor, Cristiane da Silva, conta que levou a pet para uma consulta e soube pelo veterinário Jair Duarde que o banco de sangue canino estava sem estoque nenhum. Flor passou por exames clínicos, foi aprovada e se tornou doadora.

 

Cristiane diz que Flor é muito saudável, mas sabe que no futuro ela pode precisar de uma transfusão. "Hoje ela salva uma vida, amanhã ela pode ser salva", explica ao mesmo tempo em que promete voltar ao banco de sangue quantas vezes for preciso.

 

O veterinário Jair Duarte, que é professor na UnB e coordena o projeto do banco de sangue canino, explica que a doação é voluntária, o sangue não pode ser vendido e nem comprado. Os animais fazem um check up, gratuito, antes da doação.

 

O atendimento dura em torno de 2 horas, mas a coleta apenas 20 minutos. A doação pode ser feita a cada dois meses e o atendimento é agendado. "O procedimento não causa dor nem desconforto para os pets", explica Duarte.

 

Fonte: G1