Conta de luz em São Paulo vai ficar 15% mais cara

03/07/2018


 

 

Aneel aprovou reajuste de 15,84% nas tarifas da Eletropaulo a partir de quarta-feira e surpreendeu analistas do mercado, que esperavam reajuste menor

 

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste médio de 15,84% nas tarifas da Eletropaulo. Para consumidores conectados à alta tensão, como indústria, o aumento será de 17,67%, e para a baixa tensão, como residência e comércio, a alta será de 15,14%. As novas tarifas vigoram a partir de quarta-feira, 4 de julho.

 

O reajuste surpreendeu analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam aumento de até 10%. A elevação deve ter impacto entre 0,16 e 0,19 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, porém as projeções para a inflação fechada em 2018 não foram alteradas.

 

O economista-sênior do Haitong, Flávio Serrano, que esperava menos da metade do que foi determinado pela Aneel, 7%. "Adiciona mais 0,08 ponto porcentual do que eu previa, mas não tem porque mudar a estimativa. Se Alimentação tiver boa devolução [do choque da greve] em julho e agosto, já poderia compensar boa parte desse efeito", diz ele, que estima 4,2% para o IPCA de 2018.

 

Nos cálculos de Serrano, o aumento da distribuidora de energia que atende a 7,2 milhões de unidades consumidoras na Região Metropolitana de São Paulo, deve ter impacto de 0,16 ponto porcentual na leitura de julho, cuja estimativa foi revisada para 0,45% depois do anúncio da Aneel. Para junho, a projeção para o IPCA é de 1,32%.

 

Com o reajuste, a expectativa da Rosenberg Associados para o IPCA passou para 0,26%, já que França Costa tinha em suas planilhas a previsão de aumento de 10%, enquanto o autorizado para a Eletropaulo foi de quase 16%. "A minha projeção para o mês era 0,20%, foi para 0,26%", conta. Para a inflação fechada deste mês, aguarda 1,29%.

 

Atenção. O desempenho dos preços de energia, item que tem peso de quase 3,5% na inflação, deve continuar no centro das atenções dos especialistas, especialmente em razão das incertezas com relação a permanência do período de seca.

 

Diante da falta de chuvas, a Aneel manteve na sexta-feira (29), a bandeira vermelha 2, que cobra R$ 5,00 a cada 100 quilowatts-hora (kWh). Em maio, a bandeira era amarela, cuja taxa extra é de R$ 1,00 a cada 100 kWh.

 

Segundo o economista do Haitong, os custos de energia seguem no radar do cenário de inflação deste ano. "Mas, no curto prazo, não há expectativa de alteração [na bandeira]. Talvez em novembro ou dezembro haja uma mudança para uma bandeira mais barata", afirma, ao referir-se à possibilidade de alteração para a cor amarela no fim do ano.

 

Fonte: Estadão