Cielo lança solução de QR Code e mira 40 milhões de usuários

19/09/2018


A Cielo, controlada por Bradesco e Banco do Brasil, lança uma solução de pagamento por meio da tecnologia QR Code, a qual mira 40 milhões de potenciais usuários, de acordo com o vice-presidente executivo da adquirente, Danilo Caffaro. O objetivo, diz o executivo, é "escalar" o pagamento via celular no Brasil tanto no parque físico de maquininhas (POS, na sigla em inglês) bem como no e-commerce e ainda nos terminais TEF (Transferência Eletrônica de Fundos) fixados nos caixas de supermercado, em mais de 1,15 milhão de estabelecimentos.

 

A solução, batizada de QR Code Pay, tem seis parceiros. Além de Bradesco e BB, estão nesse grupo o aplicativo de pagamentos PicPay, o banco digital Agibank, e ainda as empresas dos bancos controladores da Cielo, a Alelo, de benefícios, e a Livelo, de fidelidade.

 

No entanto, de acordo com Caffaro, o pagamento via QR Code está aberto a quaisquer empresas. "Nossa solução é aberta, democrática, escalável e acessível para todos. Basta uma câmera no celular. O pagamento via QR Code é simples como uma foto e endereça tanto o lojista quanto o consumidor", explicou o vice-presidente da Cielo, em evento, nesta manhã.

 

Segundo ele, a novidade beneficia, principalmente, o e-commerce, no qual o risco de fraude nas vendas que era antes do lojista passa a ser da Cielo. Funciona ainda, conforme Caffaro, para todos os emissores de cartões.

 

O investimento da Cielo vai na linha de impulsionar o pagamento de QR Code no Brasil. Além da adquirente, outros players como, por exemplo, o Mercado Pago, plataforma de serviços financeiros do Mercado Livre, já aderiram à tecnologia, seguindo os passos da China. Lá, conforme Caffaro, US$ 9 trilhões são movimentados via pagamentos com QR Code, "são 30 vezes o mercado brasileiro. Tudo é possível pagar com QR Code na China, desde alugar uma bicicleta até pagar um estacionamento. Esse mundo começa hoje para a Cielo", afirmou.

 

Celular x maquininha 

A Cielo também anunciou nesta terça-feira o lançamento de um smartphone que pode ser transformado em uma maquininha (via um ímã que conecta ambos) numa ofensiva aos microempreendedores (MEIs), principal mercado da concorrente PagSeguro, da Uol. No modelo Android 8.1, o aparelho, chamado de Cielo Lio +, comporta dois chips e será comercializado ao preço de 12 vezes de R$ 89,90. "Não é aluguel. É compra", enfatizou o vice-presidente da Cielo, como uma referência à venda de terminal, modalidade que foi impulsionada pelos pequenos microempreendedores, quebrando a exclusividade do aluguel de máquinas até então predominante no País.

 

Segundo ele, o celular, com capacidade de 16 GB e bateria com duração de um dia, será vendido nos canais da adquirente e ainda uma nova frente: operadoras de telefonia móvel. Para isso, a Cielo firmou parcerias com a Claro e a Tim.

 

Taxa de desconto ao lojista

A taxa de desconto ao lojista (MDR, na sigla em inglês) não muda com o lançamento do pagamento via QR Code lançado hoje pela Cielo, de acordo com o vice-presidente executivo da adquirente, Danilo Caffaro. "Não muda nada para o lojista nem do lado da operação nem do econômico. O QR Code é mais uma opção", explicou ele, em coletiva de imprensa, após evento de lançamento da solução, na manhã de hoje.

 

O executivo admitiu, porém, que existem outras discussões sobre o lado econômico do pagamento via QR Code. Isso porque algumas soluções já existentes não exigem o pagamento de MDR uma vez que a transação é apenas uma transferência de recursos de uma conta para a outra.

 

De acordo com Caffaro, o QR Code Pay da Cielo funcionará como uma mídia para democratizar essa forma de pagamento no Brasil uma vez que estará disponível em todo o parque de terminais da companhia, de mais de 1,15 milhão de clientes ativos. "Por isso, a importância da escala", acrescentou.

 

No que tange ao e-commerce, a solução de QR Code, segundo o vice-presidente da Cielo, elimina o risco de fraude, hoje nas mãos do lojista e que passa para a adquirente, uma vez que a transação passa a ter um processo de autenticação. A priori, o meio de pagamento estará disponível na modalidade crédito e, na sequência, abrangerá débito e ainda cartões pré-pagos.

 

Fonte: Estadão