Airbus encerrará produção do A380 e 3,5 mil postos de trabalho poderão ser afetados

14/02/2019


A Airbus anunciou nesta quinta-feira, 14, o fim da produção do A380, símbolo da empresa, cujas entregas serão encerradas em 2021, depois que a companhia Emirates decidiu reduzir um pedido de 39 exemplares do modelo.

 

"A consequência desta decisão é que nosso livro de pedidos já não é suficiente para permitirmos manter a produção do A380", disse o presidente do grupo, Tom Enders, em um comunicado. "Isso encerrará as entregas do A380 em 2021." A Emirates substituiu o pedido por outro de 40 A330neo e 30 A350.

 

A Airbus não informou o valor do pedido em razão de uma nova regra contábil que entrou em vigor recentemente e não detalhou as versões da aeronave. Mas a empresa disse que "conversará com seus sócios nas próximas semanas sobre os 3 mil a 3,5 mil postos de trabalho que poderão ser afetados pela decisão nos próximos três anos".

 

Mesmo assim, segundo o grupo, "o atual aumento do ritmo (de produção) do A320 e o novo pedido de jumbos da Emirates oferecerão várias possibilidades de mobilidade interna."

 

A decisão já era esperada pois o futuro do A380 estava ligado à decisão, em 2018, da companhia aérea do Golfo de adquirir mais 36 A380, o que dava à Airbus "uma visibilidade, pelo menos, para os próximos 10 anos", indicou Enders.

 

Lucro

A Airbus também anunciou que registrou em 2018 lucro líquido de € 3,054 bilhões, que representa alta de 29%, e faturamento de € 63,707 bilhões. A fabricante prevê entregar em 2019 entre 880 e 890 aviões comerciais, segundo um comunicado.

 

A companhia aeronáutica europeia ainda anunciou uma reserva € 436 milhões relacionada ao programa da aeronave de transporte militar A400M.

 

"Apesar de 2018 ter nos proporcionado uma série de desafios, cumprimos nossos compromissos alcançando uma rentabilidade recorde graças a um sólido rendimento operacional, em especial no quarto trimestre", afirmou Enders. "Contando com uma lista de pedidos de cerca de 7,6 mil aeronaves, nos propomos a continuar melhorando ainda mais a produção de aviões."

 

Fonte: Estadão