Michel Temer e Moreira Franco são presos pela Lava Jato do RJ

21/03/2019

O ex-presidente Michel Temer foi preso em São Paulo na manhã desta quinta-feira (21) pela força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro. Os agentes também prenderam o ex-ministro Moreira Franco no Rio. A PF cumpre mais 10 mandados de prisão, entre eles contra o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer.

 

Temer falou por telefone ao jornalista Kennedy Alencar, da CBN, no momento em que havia sido preso. O ex-presidente afirmou que a prisão "é uma barbaridade".

Temer foi abordado por policiais federais na rua, em São Paulo. Desde quarta-feira (20), a PF tentava rastrear e confirmar a localização de Temer, sem ter sucesso. Por isso, a operação prevista para as primeiras horas da manhã desta quinta-feira atrasou. A PF estava na porta da casa de Temer e, ao perceber a saída de um carro do local, seguiu o veículo e efetuou a prisão.

 

Resumo

Temer foi preso na rua, em São Paulo, por policiais federais

O ex-presidente foi levado ao Aeroporto de Guarulhos, de onde será levado ao Rio de Janeiro

Leia aqui a ordem de prisão assinada pelo juiz Marcelo Bretas

 

Preso, Temer foi levado para o Aeroporto de Guarulhos, onde vai embarcar em um voo e será levado ao Rio de Janeiro em um avião da Polícia Federal.

 

Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro. A prisão de Temer é preventiva (

 

Ao todo são dez mandados de prisão: duas temporárias e oito preventivas. Agentes também cumprem 26 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná e no Distrito Federal.

 

Quem Bretas mandou prender

Michel Miguel Elias Temer Lulia, ex-presidente - prisão preventiva

João Batista Lima Filho (coronel Lima), amigo de Temer e dono da Argeplan - prisão preventiva

Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear - prisão preventiva

Wellington Moreira Franco, ex-ministro do governo Temer - prisão preventiva

Maria Rita Fratezi, arquiteta e mulher do coronel Lima - prisão preventiva

Carlos Alberto Costa, sócio do coronel Lima na Argeplan - prisão preventiva

Carlos Alberto Costa Filho, diretor da Argeplan e filho de Carlos Alberto Costa - prisão preventiva

Vanderlei de Natale, sócio da Construbase - prisão preventiva

Ana Cristina da Silva Toniolo, filha de Othon Pinheiro da Silva e sócia da Aratec Engenharia - prisão preventiva

Carlos Alberto Montenegro Gallo, administrador da empresa CG IMPEX - prisão preventiva

Rodrigo Castro Alves Neves, responsável pela Alumi Publicidades - prisão temporária

Carlos Jorge Zimmermann, representante da empresa finlandesa-sueca AF Consult - prisão temporária

 

O G1 ligou para a defesa de Temer, mas até a última atualização desta reportagem os advogados não haviam atendido a ligação.

 

O G1 procurou o advogado Antônio Pitombo, que faz a defesa de Moreira Franco. A reportagem ligou para o escritório de Pitombo, mas não conseguiu falar com ele.

 

O MDB, partido do ex-presidente, divulgou uma nota. "O MDB lamenta a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República, Michel Temer, e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa", diz o texto.

 

Inquéritos contra Temer

Temer é um dos alvos da Lava Jato do Rio. A prisão teve como base a delação de José Antunes Sobrinho, dono da Engevix. O empresário disse à Polícia Federal que pagou R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do presidente Michel Temer. A Engevix fechou um contrato em um projeto da usina de Angra 3.

 

Além deste inquérito, o ex-presidente Michel Temer responde a nove inquéritos. Cinco deles tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF), pois foram abertos à época em que o emedebista era presidente da República e foram encaminhados à primeira instância depois que ele deixou o cargo. Os outros cinco foram autorizados pelo ministro Luís Roberto Barroso em 2019, quando Temer já não tinha mais foro privilegiado. Os inquéritos foram enviados à primeira instância.

 

Fonte: G1