Funcionários da gigante americana Apple se sindicalizam pela primeira vez
20/06/2022
Trabalhadores de uma loja no estado de Maryland, nos Estados
Unidos, decidiram aderir a um sindicato, os primeiros da divisão de varejo da
empresa.
Pela primeira vez na história da Apple, uma das maiores
empresas de tecnologia dos Estados Unidos, um grupo de trabalhadores do varejo
formou um sindicato: 65 dos 110 funcionários de uma loja da Apple na cidade de
Towson, no estado de Maryland, votaram a favor da formação. A reunião foi
transmitida ao vivo pelo órgão federal responsável. Os funcionários exigem mudanças
na política salarial, horários de trabalho melhores, além de algumas medidas de
segurança.
"Os funcionários locais da Apple em Towson têm o apoio
de uma sólida maioria de nossos colegas", eles escreveram em uma carta ao
CEO da empresa, Tim Cook. Eles disseram ainda que entrar para o sindicato não
era um movimento contra a direção da companhia.
A votação ocorreu após uma campanha pela sindicalização
organizada por um grupo de funcionários chamado AppleCORE (Coalizão de
funcionários organizados do varejo, na sigla em inglês). "Conseguimos,
Towson! Vencemos a votação pela sindicalização! Obrigado a todos que
trabalharam tão duro e a todos que apoiaram! Agora nós celebramos... Amanhã,
seguiremos organizando", disse a AppleCORE no Twitter.
Robert Martinez, presidente do sindicato que ficará
responsável pelo grupo, elogiou a "coragem" dos funcionários da
Apple. Ele disse que a vitória representava a "demanda crescente por
sindicatos nas lojas da Apple e em diferentes setores da economia em toda a
nossa nação". A Apple não comentou a decisão.
Alegações de tentativa de intimidação
Os trabalhadores da Apple em Towson são os primeiros
funcionários da divisão de varejo da Apple a se sindicalizarem. Os
trabalhadores da Apple em Atlanta, que também queriam se sindicalizar,
retiraram o seu pedido em maio, e alegaram que estavam sendo intimidados.
A diretora de Recursos Humanos da Apple, Deirdre OBrien,
havia visitado a loja de Towson em maio, quando afirmou que um sindicato
"complicaria" a relação entre a empresa e seus funcionários ao atuar
como "mediador".
Sindicatos americanos em alta
Nos Estados Unidos, os sindicatos perderam considerável
poder e número de filiados nas últimas décadas. Nos últimos meses, no entanto,
eles vêm alcançando algumas conquistas simbólicas.
Trabalhadores de duas lojas da rede Starbucks em Buffalo, no
estado de Nova York, aderiram a um sindicato em dezembro passado. No início de
abril, trabalhadores de um armazém da Amazon em Staten Island, também em Nova
York, foram os primeiros da empresa a votarem a favor da sindicalização.
Fonte e Foto: G1