Sindicato dos Comerciários promove debate sobre Comércio Eletrônico e os Impactos Sobre os Trabalhadores

22/06/2022

Na manhã desta quarta-feira (22), o Sindicato dos Comerciários de São Paulo realizou, na sede do SENTRACOS (Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comercio e Serviços), na região central do município, o evento “O Comércio Eletrônico e os Impactos Sobre os Trabalhadores”.

O evento, idealizado por Rosilania Correia Lima (Lana), diretora do Sindicato, contou com a participação de Ricardo Patah, presidente do Sindicato, Victor Pagani, supervisor técnico do Escritório Regional do DIEESE e Isaias Roberto da Silva, funcionário das Casas Bahia, entre outros participantes.

Durante o evento os (as) presentes puderam debater os avanços que estão acontecendo ao longo dos anos no setor de comércio, a expansão desse fenômeno a partir da pandemia de Covid-19 e os seus impactos no mercado de trabalho.

Em sua fala, Ricardo Patah salientou que o avanço do E-commerce, em diversas regiões do mundo, está culminando no fechamento das lojas físicas e que isso é extremamente preocupante. “Nos Estados Unidos, por exemplo, que ao longo dos anos abriu inúmeros shoppings centers, agora está fechando e transformando os espaços em empreendimentos imobiliários, hospitais ou faculdades”.

“A consequência disso é que passará a não existir mais loja física, essa é a principal consequências desse adorável mundo novo”, completou Ricardo, que reforçou a necessidade de haver regras para o exercício dessa modalidade de comércio, justamente para evitar o aumento do desemprego, o trabalho precários e a jornada excessiva.

Victor Pagani ressaltou que o Dieese já vem realizando estudos referentes ao assunto, e ressaltou que o aumento da modalidade E-commerce e, por consequência, o fechamento das lojas físicas está diminuindo a oferta de trabalho no setor de vendas e, naturalmente, cria novos postos de serviço, contudo é preciso observar que existe um intervalo entre a extinção de uma função e a criação de novos postos de trabalho, pois essa criação requer habilidades novas, que envolve a qualificação profissional.

Segundo Víctor, o que mais preocupa é o impacto direto no emprego, pois existe uma transição a ser feita com amplo diálogo social envolvendo os sindicatos, as empresas e os governos, pois exige políticas públicas efetivas.

“Essas transformações já estão vindo de longa data, estão se acelerando ao longo desses últimos 20 anos, mas houve um salto sobretudo na pandemia, que cresceu exponencialmente, com transformações complexas e abrangentes que se dão em diversos setores”, explicou Victor.

Pagani reafirmou que na qualificação profissional para a realização dessa transição o trabalhador precisará de um novo conhecimento e um novo saber para se adaptar a essa profissão do futuro, que já o presente.