Equidade de gênero no comércio: compromisso diário do Sindicato dos Comerciários de São Paulo

25/06/2025

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Mesmo com os avanços legislativos e sociais das últimas décadas, a desigualdade de gênero segue como um dos grandes desafios no mercado de trabalho brasileiro. Dados do IBGE mostram que, em 2021, as mulheres recebiam, em média, apenas 78% do salário dos homens, mesmo ocupando cargos de igual responsabilidade. E quando falamos de cargos de chefia, essa desigualdade aumenta: em 2022, 60,7% das posições gerenciais eram ocupadas por homens, e as mulheres que chegavam até esses postos ainda ganhavam, em média, 21,2% a menos.


Essas disparidades são resultado de fatores históricos e estruturais, como a sobrecarga da jornada tripla (trabalho, casa, cuidado com filhos), a escassez de políticas públicas de apoio à maternidade e a cultura de discriminação ainda presente em muitos ambientes. E, segundo o Fórum Econômico Mundial, a paridade de gênero plena só será alcançada no mundo dentro de 123 anos, se mantido o ritmo atual de mudanças. Isso é inaceitável.


No Sindicato dos Comerciários de São Paulo, a luta por justiça de gênero é um compromisso permanente. A entidade tem atuado em diversas frentes para enfrentar a desigualdade, promover a equidade e garantir que as mulheres comerciárias tenham seus direitos respeitados.


Entre as ações estruturadas está o projeto Mulher ComVida, evento anual que reúne trabalhadoras e trabalhadores para um dia de festa e reflexão. O projeto também promove oficinas, conta com um grande salão de belezas a céu aberto e atividades esportivas.


Na área da saúde, o Sindicato realiza campanhas regulares de mamografia e Papanicolau, com foco na prevenção do câncer de mama e do colo do útero. Essas iniciativas visam não apenas o cuidado com a saúde física das comerciárias, mas também reforçar a importância da atenção integral às mulheres trabalhadoras.


A atuação política da entidade também é marcante. O Sindicato integra a Rede Mulheres UNI Brasil, movimento global que conecta sindicatos de diversos setores na defesa dos direitos das mulheres. Também participa e eventos para o fortalecimento da Lei Maria da Penha, além de atividades de espaços democráticos para a construção de políticas públicas voltadas à equidade de gênero.


Todas essas ações culminaram no apoio integral e irrestrito à Lei da Igualdade Salarial (Lei nº 14.611/2023), sancionada em julho de 2023, fruto da articulação entre o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério das Mulheres. A nova lei estabelece a obrigatoriedade de igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre homens e mulheres que exercem a mesma função — e reforça o papel fiscalizador dos sindicatos e da sociedade civil.


O Sindicato dos Comerciários de São Paulo tem se mobilizado para garantir que essa legislação seja cumprida em sua base, orientando trabalhadoras sobre seus direitos, exigindo transparência salarial das empresas e denunciando qualquer prática discriminatória aos órgãos competentes.


Sabemos que igualdade de gênero não é só uma questão de justiça individual — é um elemento fundamental para o crescimento econômico e o progresso social. Um mercado de trabalho justo, que valorize homens e mulheres de forma igualitária, é um passo essencial para a construção de uma sociedade mais democrática, saudável e desenvolvida.


Por isso, o Sindicato reafirma seu compromisso diário com a promoção da equidade de gênero: por um comércio mais justo, humano e inclusivo.