As mudanças climáticas estão mais perto do que imaginamos

27/10/2025



O meio ambiente e a sociedade estão profundamente integrados e são interdependentes. Com o aumento da poluição e o avanço da degradação ambiental, a população sente diretamente as consequências — tanto na saúde quanto nas condições de trabalho.


Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 70% da força de trabalho global está exposta a graves riscos para a saúde em razão das mudanças climáticas. O relatório aponta que 2,4 bilhões de pessoas enfrentam ondas de calor extremo em algum momento da sua jornada laboral.


Ambulantes, agricultores, carteiros, coletores, profissionais de telecomunicação, pintores, eletricistas, entregadores e operários da construção civil são alguns dos profissionais mais vulneráveis. Entre os impactos estão o câncer de pele, o estresse térmico, doenças respiratórias, exaustão e até problemas de saúde mental.


Gases e lixo: a poluição do dia a dia


A poluição está presente em quase todos os momentos do cotidiano. Um exemplo são os hidrofluorcarbonos (HFCs), gases de efeito estufa usados em sistemas de refrigeração e ar-condicionado.


O gás R-134a, encontrado em refrigeradores, freezers e bebedouros, tem potencial de aquecimento equivalente a 1.300 kg de dióxido de carbono (CO₂) por quilograma. Já o R-410a, muito usado em aparelhos de ar-condicionado, equivale a cerca de 1.900 kg de CO₂.


Esses gases, quando vazam, contribuem significativamente para o efeito estufa, inclusive em locais de trabalho, como lojas, escritórios e refeitórios que utilizam esses equipamentos.


Outro problema cotidiano é o uso de copos descartáveis, que podem levar até 400 anos para se decomporem. Além de dificultarem a reciclagem, agravam o volume de resíduos gerados. Em 2023, cada brasileiro descartou cerca de 382 kg de materiais sem destinação adequada. Alimentos estragados, plásticos e aparelhos eletrônicos são agentes diretos de poluição quando jogados no lixo comum.


Dessa forma, a contaminação atinge as ruas, rios e oceanos, ameaçando o meio ambiente e a saúde de quem trabalha com coleta, triagem ou limpeza urbana.


Lixo eletrônico e riscos à saúde


O mundo gerou, em 2022, 62 milhões de toneladas métricas de resíduos eletrônicos, segundo o Monitor Global de E-lixo das Nações Unidas. Esses materiais contêm metais pesados, e entre as substâncias mais nocivas estão:


  • Chumbo: pode causar vômitos, diarréia, convulsões e até coma ou morte, conforme o nível de exposição;

  • Mercúrio: provoca danos cerebrais e hepáticos;

  • Arsênico: causa doenças de pele, lentidão nos impulsos nervosos e aumenta o risco de câncer de pulmão;

  • Cloreto de polivinila (PVC): quando inalado, pode gerar sérios problemas respiratórios.


Ao entender os impactos dos gases e do descarte incorreto de lixos e resíduos eletrônicos, podemos adotar ações que parecem pequenas, mas criam efeitos positivos para o meio ambiente e para a segurança dos trabalhadores, em especial os(as) profissionais  da área de asseio e conservação.


As mudanças climáticas deixaram de ser uma previsão distante e já fazem parte da realidade de milhões de trabalhadores e trabalhadoras. O Sindicato dos Comerciários de São Paulo reconhece a urgência desse tema e reforça seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e o trabalho decente. A entidade participará das discussões da COP30, em Belém, um marco histórico para o enfrentamento global da crise climática.

O Sindicato entende que o meio ambiente e o mundo do trabalho estão interligados. O aumento da temperatura, a poluição e os eventos extremos afetam diretamente a saúde e as condições laborais da categoria. Por isso, o Sindicato tem promovido ações de conscientização, redução de resíduos, uso responsável de energia e incentivo à reciclagem nos ambientes de trabalho.

Ao se engajar nas pautas da COP30, o Sindicato reafirma seu papel social e político: lutar por um planeta mais justo, sustentável e seguro para todos os trabalhadores e trabalhadoras.


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