Câmbio automatizado vai sumindo do mercado; vendas caem 62,3% em 5 anos

12/04/2019


O mercado brasileiro tem absorvido cada vez mais os carros automáticos, cujas vendas triplicaram em 10 anos. Dentro desse universo, porém, os automatizados têm perdido terreno para a transmissão automática "clássica" : em 5 anos, os emplacamentos desse tipo de câmbio caíram 62,3%, de acordo com a consultoria Jato.

 

É bom lembrar que existem dois tipos de câmbios automatizados: os de embreagem simples e os de dupla embreagem (apesar do nome, ambos dispensam o pedal da embreagem).

 

Os simples surgiram como alternativa para quem não pode pagar por um câmbio automático convencional. Por isso, seu funcionamento tem alguns poréns, como trocas mais lentas e trancos, causadas pelo "buraco" entre o acionamento da embreagem pelo sistema e a mudança de marcha. Isso afeta também o desempenho do veículo.

 

Foi o que observou gerente de T.I. Lucas Ferreira, 32 anos, de Vinhedo (SP), que já teve carros com e sem pedal da embreagem. De um Ford Ka manual passou para um Fiat 500 automatizado e, agora, tem outro Fiat 500, mas automático.

 

No caso do automatizado, ele elogia o custo de aquisição, mas reclama da lentidão do sistema e das indecisões do câmbio nas trocas. Para Ferreira, esse tipo de câmbio "não consegue unir as partes boas do manual [domínio do carro] e do automático [conforto]".

 

A troca do 500 Dualogic pelo automático foi motivada pela busca de mais conforto. Porém, ele também reclama da lentidão dessa transmissão.

 

Na automatizada de dupla embreagem isso não acontece: assim como na transmissão automática "clássica", as trocas são rápidas e suaves, graças a um sistema mais sofisticado.

 

De qualquer forma, os automatizados estão perdendo espaço desde 2014, quando tiveram seu melhor ano de vendas - 177.719 unidades. Em 2018 foram 67.066, ou 62,3% a menos, segundo a Jato.

 

Fonte: G1