Vendas caem 60% na 25 de Março desde quinta-feira

18/03/2020


As vendas no comércio popular da 25 de março caíram 60% desde quinta-feira, segundo a união dos lojistas da região (Univinco). O diretor da associação, Marcelo Mouawad, diz que a movimentação mais fraca dos consumidores tem sido gradual a cada dia. 

 

Segundo ele, o impacto econômico já está evidente e exigirá medidas firmes e consistentes por parte do governo. “Se não houver uma carência maior para pagar as contas, a situação vai ficar complicada”, diz o executivo, que também é lojista na região.

 

Ele destaca que, por enquanto, o setor não trabalha com a possibilidade de fechamento do comércio popular. “Estamos nos espelhando nos Estados Unidos, onde o número de casos é maior e ainda não adotaram essa medida.”

 

De qualquer forma, ele recomenda que os consumidores procurem fugir do horário de pico para ir à região. Para os funcionários, as orientações são sempre usar álcool gel, lavar as mãos e evitar contatos físicos. 

 

As lojas disponibilizaram álcool gel em sua entrada, balcões e caixas para uma melhor higienização das mãos. “Os lojistas também estão reforçando todos os procedimentos de higiene no ambiente. A limpeza está sendo mais agressiva e sendo realizada durante mais vezes ao dia”, disse a associação.

 

Segundo Mouawad, por enquanto não há problemas de estoque, apenas alguns casos pontuais de lojas de celular que estavam sofrendo com a falta de peças. No geral, o estoque dura dois meses. “Assim, o abastecimento estaria garantido até maio.”

 

Bom Retiro

No Bom Retiro, outro importante centro popular de compras de São Paulo, as vendas da última sexta-feira até sábado caíram entre 25% e 30%. Esse movimento foi intensificado na segunda-feira e ontem quando o movimento ficou entre 30% e 40% abaixo do normal. 

 

O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, Nelson Tranquez, afirma uma das saídas tem sido intensificar as vendas online, pelos sites, redes sociais e WhatsApp. “Já tem sido um canal importante para os empresários da região e deve crescer ainda mais nesse período de crise.” Segundo ele, o comércio online já representa algo entre 20% e 25% das vendas da região. 

 

Para Tranquez, a crise atual é complicada porque as empresas ainda não tinham conseguido se recuperar da recessão passada. “Desde 2014, ano após ano, vivemos em situação delicada, com alguns respiros. Mas não nos recuperamos.” Nesse tempo todo, completa ele, as empresas enxugaram a estrutura e cortaram custos, mas poucos tem capital de giro para aguentar um período longo de crise.

 

Fonte: Estadão