IBGE firma acordos com ONU para recenseamento de imigrantes e refugiados
08/08/2022
Após o lançamento nacional da coleta do Censo 2022, nesta
segunda-feira (01), o IBGE firmou dois acordos de cooperação técnica com
agências da Organização das Nações Unidas (ONU) para o recenseamento de
refugiados e imigrantes. As parcerias foram firmadas com a Organização
Internacional para Migrações (OIM) e o Alto-Comissariado das Nações Unidas para
Refugiados (ACNUR) na sede do IBGE, no Rio de Janeiro.
Estavam presentes o presidente do Instituto, Eduardo Rios
Neto, o representante interino do ACNUR no Brasil, Federico Martinez, e a
assessora especial do chefe da OIM no país, Socorro Tabosa. O principal ponto
de atuação das operações será o estado de Roraima.
"Os dois acordos são fundamentais para a cobertura da
migração internacional, particularmente, dos venezuelanos, embora também dos
bolivianos e outros segmentos de refugiados tanto da América Latina quanto
fora, como do Afeganistão e da Ucrânia. Vamos captar tudo”, afirma Rios Neto. O
presidente do IBGE acrescentou que "as duas agências das Nações Unidas,
tanto ACNUR quanto OIM, possuem informações que vão ajudar muito o IBGE na
identificação de potenciais setores censitários onde nós iremos encontrar esse
pessoal”.
ACNUR
A parceria entre o IBGE e o ACNUR, durante a realização do
Censo 2022, terá como objetivo facilitar as discussões relacionadas às etapas
de análise dos resultados da operação censitária e de planejamento e observação
das pesquisas domiciliares amostrais do IBGE. O foco será a coleta do Censo a
ser realizada no estado de Roraima, em particular nos municípios de Boa Vista e
Pacaraima - este que é a principal porta de entrada de imigrantes venezuelanos
- e em outros estados da federação.
O acordo de cooperação técnica prevê ações que envolvem a
atuação das duas instituições na divulgação da realização do Censo 2022 e na
sensibilização das equipes de locais de trabalho, assim como dos refugiados e
migrantes venezuelanos quanto à importância da participação destes na operação
censitária.
A parceria também será importante para auxiliar na disponibilização
de recursos humanos com experiência no trabalho com refugiados e imigrantes bem
como na facilitação do acesso aos domicílios coletivos que servem de abrigos
para estes com todo apoio logístico de transporte. Além do compartilhamento
mensal das informações cadastrais dos integrantes destes locais e dados
georreferenciados sobre a localização deles.
“Saber quantos são, onde moram e como eles vivem é essencial
para operacionalizar o princípio de não deixar ninguém para trás”, destaca
Federico. “O ACNUR é uma organização que trabalha com os estados para salvar
vidas, assegurar os direitos e procurar um futuro digno desta população, por
isso, é motivo de enorme satisfação participar dessa operação”, complementa o
representante do ACNUR.
OIM
O apoio da OIM ao Censo 2022 consistirá em articulação com
organizações que atuam na área de migração no estado de Roraima e em outros
estados da federação, apoio de funcionários da OIM com experiência no trabalho
com refugiados e migrantes para facilitar a aproximação dos recenseadores
durante a coleta de dados e eventual apoio logístico para deslocamento em meio
à operação censitária, entre outros pontos. Os acordos mostram que o Censo
Demográfico não é feito apenas pelo IBGE, mas também por seus parceiros espalhados
por todo o Brasil que emprestam suas competências.
“O lançamento do Censo Demográfico 2022 conta com o apoio da
OIM para a coleta de dados sobre a população refugiada e migrante, em especial
da população venezuelana. O IBGE sempre foi um centro de excelência na captação
de informações sobre fluxos migratórios. Estamos à disposição para apoiá-lo
para que continue sendo a referência para informações em relação à migração,
incluindo no período intracensitário”, enfatizou Socorro.
O gerente de Relações Internacionais do IBGE, Roberto
Sant’Anna, também destacou a importância dos acordos. “É importante para o país
conhecer essa população de migrantes e refugiados, e conseguir identificar onde
estão e como vivem. Assim, conseguiremos definir políticas voltadas para
receber essas pessoas e dar uma melhor condição de vida a elas, que escolheram
o Brasil como sua nova pátria”.
Fonte e Foto: Agência IBGE