Vendas no varejo surpreendem com maior alta para abril desde 2000, aponta IBGE

08/06/2021


O volume de vendas no varejo restrito subiu 1,8% em abril, frente a março, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. É a maior taxa para o mês de abril, na série com ajuste sazonal, desde 2000. Na comparação com abril de 2020, o comércio restrito acumula alta de 3,6% no resultado acumulado em 12 meses.

O resultado de abril ante março veio bem melhor que a mediana estimada pelo Valor Data, apurada junto a 20 consultorias e instituições financeiras, que era de recuo de 0,1%. O intervalo das projeções para o varejo restrito era amplo e ia de queda de 3,5% a alta de 2,5%. A alta de 23,8% ante abril de 2020 também foi melhor que a esperada.  A expectativa mediana era de alta de 19,9%, com influência da base de comparação depreciada de abril de 2020.

A receita nominal do varejo restrito acumulou alta de 1,4% em abril, frente a março. Na comparação com abril de 2020, houve alta de 36,1%.

No varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, e material de construção, o volume de vendas subiu 3,8% na passagem entre março e abril, já descontados os efeitos sazonais.  Os analistas de 17 bancos e consultorias consultados pelo Valor Data esperavam crescimento de 3,5%. Na comparação com abril de 2020, o volume de vendas do varejo ampliado subiu 41%. A expectativa, pelo Valor Data, era de alta de 39%, também em função da base comparação fraca de abril de 2020.

Já a receita nominal do varejo ampliado aumentou 3,8% em abril, frente a março, na série com ajuste sazonal. Na comparação com abril de 2020, houve alta de 54,1%. 

As vendas do comércio avançaram em seis das oito atividades pesquisadas no varejo restrito em abril frente a março. Na comparação com abril de 2020, também foram seis das oito atividades com alta.

Na passagem de março para abril, os destaques foram móveis e eletrodomésticos (24,8%), tecidos, vestuário e calçados (13,8%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (10,2%). Também houve altas em outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (3,8%), Combustíveis e lubrificantes (3,4%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,9%). A única taxa negativa veio de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,7%).

No varejo ampliado, que inclui automóveis e peças e material de construção, a alta de 3,8% foi influenciada pelos setores de veículos, motos, partes e peças (20,3%) e material de construção (10,4%), após recuos de 19,8% e 10,2%, respectivamente, em março.

Das 27 unidades da federação, 21 apresentaram alta no volume de vendas em abril, em relação a março, com destaque para Distrito Federal (19,6%), Rio Grande do Sul (14,9%) e Amapá (10,8%).

Frente a abril de 2020, houve expansão no volume de vendas em todas as 27 unidades da federação, com destaque, em termos de variação, para Amapá (86,0%), Rondônia (75,0%) e Amazonas (53,4%).

Fonte: Valor Econômico