UGT Contec entregam pauta de salarial dos bancários a Fenaban

31/07/2013

 

A União Geral dos Trabalhadores (UGT), junto à sua filiada - a Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul - entregou, na tarde dessa terça-feira, (30) à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a pauta de reivindicações dos bancários para a Campanha Nacional de 2013. O documento foi aprovado na 15ª Conferência Nacional realizada em julho, na capital paulista. A primeira reunião do início das negociações ficou agendada para o dia 12 de agosto, a partir das 14h30, em SP.

 

Para o início do diálogo em defesa do trabalhador bancário, dirigentes sindicais da UGT estiveram presentes em solenidade fechada, que contou com a participação dos diretores e representantes de negociações dos maiores bancos, como Itaú, Bradesco, HSBC, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O vice-presidente da UGT, Lourenço Ferreira do Prado, também presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec) e coordenador geral da campanha, entregou a pauta de negociação salarial ao presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Rosa.

 

“Estamos entregando a pauta de reivindicações dos bancários ligados à UGT, onde a gente está reivindicando fundamentalmente a inflação medida no período pelo período pelo INPC, mais o ganho real de 5%. Uma pauta até modesta. Também entendemos como necessário que os bancos concedam este ano um piso salarial com base no piso do Dieese, que hoje é R$ 2.860, sendo que o piso da categoria hoje é de R$ 1.519. Também temos que combater com todas as forças o assédio moral, que é muito grande no meio dos trabalhadores do sistema financeiro”, defende Lourenço do Prado.

 

Além da questão salarial e participação dos lucros, foi levantada a discussão em torno da saúde do trabalhador. “Aqui discutimos saúde, segurança, as nossas condições sindicais, as relações de trabalho e os benefícios. Os bancos e a Contec assinam a Convenção para pagar benefícios como auxílio-creche, auxílio-alimentação, cesta básica e outros benefícios”, explica Rumiko, diretora de finanças da Contec e diretora da Secretaria Nacional da Criança e do Adolescente da UGT.

 

Para Edson Roberto dos Santos, presidente do Sindicato dos Bancários de Franca (SP) e diretor da federação dos Bancários de SP e MS e o secretário para Assuntos de Finanças e Créditos da UGT, “a reunião de hoje foi de extrema importância, porque é um pontapé inicial para o fechamento do acordo coletivo de 2013/2014”.

 

É necessário chegar num entendimento. Para Murilo Portugal, “a expectativa, este ano, é de ter uma boa dinâmica de negociação, que gerem resultados, considerados positivos a todos no final”.

 

Nindberg Barbosa dos Santos, presidente do Sindicato dos Bancários do Amazonas e da UGT-AM destacou a transparência na negociação para o processo de fechamento do acordo e convenção coletiva. “A gente espera que isso seja bom para os dois lados. A gente espera que os banqueiros se sensibilizem bastante e a gente consiga ter as melhorias que a categoria está esperando”, ressalta.

 

Produtividade, diálogo e dinamismo. São itens chaves para que se possa fazer gerar uma boa convenção. “Temos que estabelecer um tempero, uma forma de combinações que ande rápido com nossa campanha e dentro do possível, que tenha uma campanha salarial de pressões e contrapressões sem chegar num processo de paralisação. O movimento sindical não deseja isso. Entretanto, em muito momento resta ao movimento sindical, apenas o recurso último. Entre as nações é a guerra, entre nós é a questão das paralisações”, diz Lourenço.

 

Principais itens da pauta dos bancários:

 

• Reajuste salarial de 11,93%: 5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%;

 

• PLR: três salários mais R$ 5.553,15;

 

• Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese);

 

• Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional);

 

• Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários;

 

• Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que permite que qualquer atividade seja terceirizada e precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas;

 

• Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;

 

• Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;

 

• Prevenção contra assaltos e sequestros, com fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários;

 

• Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes.