Teste do 4G em 21 bairros de São Paulo indica que nova tecnologia ainda é instável

11/11/2013

Nas lojas de telefonia no Brasil, a presença de celulares com conectividade 4G só aumenta --entre abril e outubro, o número de modelos homologados no país "[saltou de 11 para 31]", segundo a Anatel.

 

Vendido como o futuro, o novo padrão de redes está presente nas maiores cidades brasileiras e soma mais de 500 mil linhas habilitadas. Mas vale a pena trocar de celular para aproveitá-lo?

 

A Folha testou o 4G em diversos pontos da cidade de São Paulo e, com base nos resultados, a resposta é não.

 

Com uma oscilação dramática de velocidade e muitas falhas na cobertura, a conexão por meio da tecnologia LTE (padrão de 4G utilizado no Brasil) ainda é frustrante. Em determinados pontos da cidade, as taxas de download e de upload foram quase as mesmas da rede 3G.

 

Quem já está pensando em comprar um smartphone novo por outros motivos, porém, tem uma questão diferente: vale a pena dar prioridade para um celular com 4G?

 

Nesse caso, sim. Aparelhos compatíveis com a rede custam a partir de R$ 1.000 e as operadoras não cobram mais de quem opta pelo 4G. E, quando funciona, a rede pode ser muito rápida (ver infográfico).

 

"A tendência é que o 4G melhore, por conta do investimento em infraestrutura pelas operadoras", diz Samuel Rodrigues, consultor de telecomunicações da empresa de pesquisa IDC. "Em termos de relação custo benefício, o 4G é muito superior ao 3G, já que diferença entre a capacidade da rede e a velocidade alcançada é menor".

 

De acordo com o [edital do leilão]:http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1103503-claro-e-vivo-levam-melhores-lotes-em-leilao-da-tecnologia-4g.shtml para exploração da nova rede, as operadoras têm até o fim do ano para oferecer o 4G em pelo menos 50% da área de cada uma das cidades-sede da Copa de 2014.

 

Na capital paulista, Claro, TIM e Vivo afirmam já ter cumprido a meta. A Oi ainda não começou a operar a rede na cidade.

 

Os testes da Folha foram realizados com o aplicativo Speedtest em um aparelho Samsung Galaxy S4 e em um Galaxy S4 Active, entre quarta e sexta da semana passada, dias que foram nublados ou chuvosos --tempo que prejudica conexões.

 

OPERADORAS

A Vivo disse que, para melhorar o 4G na cidade, é necessário aumentar o número de antenas instaladas, mas que "legislações restritivas" dos municípios dificultam a tarefa.

 

A TIM admitiu a variação de sinal de um bairro para outro e disse que oferece soluções complementares -- conexão 3G e redes wi-fi-- para "garantir uma boa experiência de banda larga móvel".

 

A Claro afirmou que seu serviço de 4G cobre 80% da capital paulistana, mas que sua rede ainda não está concluída e há "espaços a serem preenchidos".

 

Fonte: Folha de S.Paulo