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Quatro pessoas foram detidas na noite de ontem durante um confronto entre policiais militares e vendedores ambulantes no Brás, região central de São Paulo.

Dois ônibus foram incendiados e dois carros da Polícia Militar depredados.

A Tropa de Choque foi chamada para dar apoio aos PMs do batalhão da região. Houve correria, mas as lojas já estavam fechadas.

Segundo ambulantes, a confusão começou por volta das 19h40, na avenida Rangel Pestana, quando policiais tentaram apreender as mercadorias dos vendedores.

O grupo, então, teria reagido e iniciou o confronto com os policiais. Vidros de carros da PM foram quebrados e sacos de lixo foram usados para fazer barricadas na via.

Um dos ônibus foi incendiado na Rangel Pestana e outro na rua Cavalheiro, na mesma região.

Nesse segundo local, as chamas chegaram a atingir a rede elétrica, mas não havia registro de falha no fornecimento de energia.

O camelô Paulo José Viana Alves, 31, afirma que a polícia agiu com truculência e apontou armas para os vendedores. "Trabalho honestamente. Apreenderam chocolate e águas que eu vendo. Tive prejuízo de R$ 150", diz.

A Polícia Militar contesta a versão dos ambulantes. Segundo o capitão Luis Humberto Caparroz, não houve apreensões ou tumultos antes do incêndio aos ônibus.

De acordo com ele, a polícia agiu apenas depois dos atos de vandalismo, que teriam sido provocados por cerca de dez pessoas.

O tumulto foi controlado às 20h30, segundo a PM.

Devido ao confronto, a avenida Rangel Pestana ficou interditada na altura do largo da Concórdia até por volta das 21h40.

O nome dos detidos não foi divulgado. O capitão da PM afirmou que três deles são suspeitos de participar do incêndio ao ônibus na Rangel Pestana, e o outro, do ataque ao segundo coletivo.

O policial disse ainda que havia adolescentes entre os detidos, mas não soube informar quantos.

Fonte: Folha de S.Paulo