Haddad diz que Fiesp prejudicou saúde no Brasil e agora quer lesar SP

20/12/2013

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta quinta-feira (19) que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), após ter prejudicado a Saúde no Brasil lutando pela derrubada da CPMF, quer prejudicar São Paulo com as ações que impediram o aumento do IPTU na capital paulista.

 

A declaração foi dada após uma reunião com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa. Caberá a ele analisar um pedido da prefeitura que tenta derrubar a decisão do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) que impediu o aumento do imposto. A expectativa é que Barbosa dê uma solução para o caso antes do Natal.

 

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB-SP), autor de uma das ações que levou o TJ-SP a vetar o aumento, havia se encontrado com Barbosa pouco antes de Haddad, também na tarde desta quinta. A outra ação foi movida pelo PSDB.

 

"A Fiesp lutou contra a CPMF. Isso tirou R$ 60 bilhões da saúde. Fez bem para a saúde? Acho que não. Nós economizamos muito pouco individualmente e prejudicamos muito a saúde pública em função do fim da CPMF. Acho que a Fiesp está tentando fazer agora a mesma coisa com a cidade de São Paulo", disse o prefeito.

 

Para Haddad, a suspensão do aumento –de até 20% para imóveis residenciais e até 35% para comerciais– trará problemas para a saúde e a educação do município, uma vez que 50% dos recursos do IPTU são direcionados a estas áreas.

 

O prefeito também destacou que o orçamento da cidade foi feito com a expectativa desta arrecadação e disse que o imposto não representará um peso muito grande no bolso dos paulistanos.

 

"Estamos diluindo isso em 4 anos para que fique leve para todo mundo. Trata-se de um aumento médio de R$ 15 por mês apenas. Todos esses argumentos foram trazidos para o presidente do STF que vai emitir o seu juízo", disse.

 

Paulo Skaf, após sua reunião com Barbosa, e antes mesmo de saber das críticas de Haddad à CPMF, havia falado sobre o tema.

 

"Parece até que agora inviabilizou todos os programas da prefeitura. Esta história está me lembrando no tempo da CPMF (...) eu só ouvia afirmação que o país iria quebrar se não tivesse a renovação do imposto do cheque. E nós dizíamos que ia aumentar a arrecadação no ano seguinte em duas CPMFs, que ninguém sentiria nada. E é o que aconteceu", disse.

 

Skaf disse acreditar que o presidente do STF irá manter a decisão do TJ-SP que impediu o aumento do IPTU para evitar que a prefeitura dê uma "facada em todos os moradores de São Paulo".

 

Fonte: Folha de S.Paulo