Campos discute campanha em horário de expediente

22/01/2014

A primeira reunião do PSB para discutir o cronograma da candidatura à Presidência de Eduardo Campos, realizada nesta terça-feira, 21, no Recife, começou num horário em que Campos deveria cumprir expediente como governador de Pernambuco.

 

Campos disse à imprensa que o encontro teve início às 16h, mas pelo menos desde as 14h já havia carros de correligionários estacionados em frente à sua casa, no bairro Dois Irmãos. Às 23h30, o grupo de cerca de dez integrantes da Executiva do PSB continuava reunido no local.

 

Pela manhã, o governador cumpriu agenda e participou de um evento na sede provisória do governo, no Centro de Convenções de Olinda. Segundo a assessoria de imprensa, Campos é governador do Estado 24 horas por dia e, portanto, é natural que ele, de vez em quando, dedique algumas horas para resolver assuntos particulares.

 

Por volta das 19h30, Campos disse aos jornalistas que a reunião havia definido as datas das próximas ações do partido. Para esfriar as discussões sobre palanques estaduais, especialmente no que diz respeito à situação de São Paulo e Pernambuco, ficou acertado que somente a partir de março o tema vai entrar, oficialmente, em pauta.

 

O governador afirmou também que conversou por telefone com a ex-ministra Marina Silva e que os dois decidiram que a apresentação do documento com as diretrizes do programa de governo da aliança PSB-Rede será realizada em 4 de fevereiro, e não no próximo dia 30, como havia sido anunciado anteriormente.

 

Em seguida, os Estados terão até o dia 10 de março para dar contribuições sobre essas propostas e para apresentar um panorama detalhado sobre as possíveis candidaturas. Segundo Campos, os diretórios estaduais terão de informar "se as alianças vão conduzir para uma unidade (entre PSB e Rede), se vai haver uma dispersão sem problema ou se vai haver uma dispersão com algum grau de problema".

 

O governador afirmou ainda que somente no dia 25 de março o PSB vai fazer a primeira reunião da Executiva para começar o debate sobre a política de alianças nos Estados. Até lá, partidos que também fazem parte da aliança, como o PPS, serão incluídos na discussão.

 

Nas últimas semanas, a tese de lançar candidato próprio em São Paulo ganhou força. Integrantes da Rede dizem que Campos está convencido de que esse é o melhor caminho para viabilizar os planos nacionais. O PSB estadual, no entanto, continua defendendo que o partido deve apoiar a reeleição do tucano Geraldo Alckmin.

 

Em Pernambuco, Campos também tem sido pressionado a indicar o nome do seu sucessor. Nesta terça pela manhã, o governador chegou a mandar um recado aos correligionários. Disse, sem citar nomes, que há pessoas que, por falta de "coragem", agem repassando informações sob a condição do anonimato, e outras que trabalham por interesse próprio, usando a imprensa para tentar promover suas ideias.

 

TV. Durante o encontro, o grupo também fez os últimos acertos sobre o roteiro do programa partidário que vai ao ar, em rede nacional de rádio e TV, em março. Participaram da reunião homens da confiança de Campos, como o vice presidente do PSB, Roberto Amaral, o secretário-geral da sigla, Carlos Siqueira, o senador Rodrigo Rollemberg (DF) e os deputados Beto Albuquerque (RS) e Márcio França (SP). 

 

Fonte: Estadão