Paisagens preservadas e ótimos pontos de mergulho destacam Fernando de Noronha

22/01/2014

“O paraíso é aqui”. Estas teriam sido as primeiras palavras de Américo Vespúcio logo no primeiro contato com Fernando de Noronha. A impressão do navegador italiano faz sentido, o lugar é mesmo deslumbrante.

 

O arquipélago é considerado pela Unesco um Patrimônio Mundial Natural desde 2001. São 21 ilhas e ilhotas somando ao todo 26 km² de terras cravadas no meio do oceano Atlântico, distantes a 545 km de Recife (Pernambuco) e a 360 km de Natal (Rio Grande do Norte).

 

A maior das ilhas, e única habitada, é a de mesmo nome e que possui um parque nacional marinho que toma 85% de seu território. Leis federais controlam os deslocamentos e cobram taxas diárias pela permanência de turistas entre os poucos mais de dois mil habitantes, para preservar este santuário ecológico onde vivem mais de 250 espécies de peixes. Um exemplo do rigor é o mergulho na praia de Atalaia: a atividade exige um ingresso, determina os minutos e proíbe o uso de filtro solar, para que a química não agrida a água cristalina e as criaturas marinhas.

 

Fernando de Noronha é uma ilha do tipo oceânica, nascida de uma erupção vulcânica, longe da terra firme. Quem passa dias ali ainda acalenta a sensação de estar perto da areia e das tartarugas, longe de tudo. Mesmo o trecho de asfalto é curto: menos de sete quilômetros.

 

Se hoje Fernando de Noronha é um polo turístico, historicamente sua função foi outra. Entre 1737 e 1942 um presídio funcionou na ilha recebendo muitos presos políticos. Fazia sentido manter um presídio naquela região, já que a distância da ilha para o continente garantia um isolamento total.

 

O mais famoso registro envolvendo a cadeia é de um presidiário que conseguiu escapar do confinamento. Não apenas uma, mas duas vezes. Foi Sérgio Lino da Silva, na década de 1940, que surpreendentemente chegou ao continente sem comida ou água a bordo de embarcações precárias. Sérgio recebeu o perdão do Governo brasileiro pela bravura de seus atos. Além de dezenas de histórias, restaram por ali as ruínas da antiga construção. Visitar esse presídio significa mergulhar em parte da memória local, muito valorizada pelos nativos.

 

Durante a Segunda Guerra Mundial a ilha foi transformada em Território Federal e ficou subordinada ao Ministério da Guerra brasileiro, só deixando de ser administrado por ele em 1988, mas ainda hoje é possível encontrar marcas desse período caracterizadas por túneis e trincheiras existentes.

 

Unindo história a ricas paisagens, Fernando de Noronha ganha cada vez mais valor no cenário turístico brasileiro e mundial. A população de energia intensa e sempre acolhedora, a cultura local singular e a infinita beleza da natureza nos fazem refletir que Américo Vespúcio tinha mesmo razão.

 

Fonte: UOL