Vereadores gastam R$ 9 milhões com verba de gabinete

04/02/2014

Ex-ministro dos Esportes, o atual vereador Orlando Silva (PCdoB) gastou R$ 90,9 mil em verba de gabinete em dezembro. O valor representa 42% de tudo o que ele gastou no ano passado e extrapola em cinco vezes a cota prevista por mês, que é de R$ 18,1 mil. Outros 31 parlamentares paulistanos gastaram acima da média no último mês de 2013 - com isso, parte deles utilizou quase todo o recurso disponível no ano. No total, foram mais de R$ 9 milhões.

 

Em seu primeiro mandato, o petista Reis fez a conta exata: pediu reembolso de cada centavo disponível para arcar com despesas de combustível, material de escritório, assessoria jurídica e correio, por exemplo. Foram R$ 217.912,56 ao longo do ano, valor máximo previsto no regimento interno da Câmara Municipal de São Paulo. Adilson Amadeu (PTB), Jair Tatto (PT) e Edir Sales, além de Silva, também quase chegaram lá.

 

Para alcançar o teto de gastos, ou pelo menos se aproximar dele, os vereadores paulistanos consumiram quase R$ 1,5 milhão em despesas de gabinete em dezembro, justamente no mês que, tradicionalmente, acaba mais cedo para os parlamentares. No ano passado, a última sessão plenária foi realizada no dia 18. Desde então, os trabalhos na Casa foram paralisados até a tarde de hoje, quando termina o recesso.

 

Os valores, segundo os vereadores, são explicados pela necessidade de informar os eleitores sobre as atividades legislativas. Orlando Silva, por exemplo, declarou ter gastado R$ 65,9 mil no envio de45 mil correspondências em dezembro. Aurélio Nomura (PSDB) usou R$ 49,6 mil e José Police Neto (PSD), R$ 46,6 mil. Atual presidente da Casa, José Américo (PT) gastou R$ 53 mil em dezembro, contra R$ 5,5 mil declarados em junho.

 

Em nenhum dos casos o eleitor pode confirmar se os valores declarados foram devidamente gastos. Isso porque o site da Câmara Municipal ainda não divulgou todos os comprovantes de pagamento realizados ao longo do ano. Até esta segunda-feira, 3, faltavam os dados fechados de novembro e dezembro.

 

Fonte: Estadão