Prefeitura de SP corta 12 árvores de parque tombado

18/02/2014

Doze árvores, entre elas uma palmeira-leque com cerca de 30 metros e mais de 60 anos, foram derrubadas pela Prefeitura de São Paulo no parque da Independência, no Ipiranga, sem autorização.

 

A área verde, anexa ao famoso museu do Ipiranga, é tombada como patrimônio histórico. Por isso, qualquer intervenção, mesmo a poda ou o corte de árvores, precisa de permissão do órgão estadual responsável pela preservação do local, o Condephaat, que diz não ter sido consultado.

 

As árvores foram cortadas nas últimas semanas pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Onze ainda devem ser derrubadas, segundo o despacho da pasta publicado no "Diário Oficial". Há ainda outras árvores a serem podadas ou transferidas de local.

 

A administração do complexo é dividida entre a prefeitura, que cuida do parque, e a USP, responsável pelo museu. Há ainda um conselho gestor, formado por seis moradores do bairro na zona sul.

 

A secretaria argumenta que as 23 árvores corriam risco de cair e que 21 delas eram jovens e de pequeno porte. O corte, diz a pasta, é para garantir a segurança de funcionários e frequentadores.

 

Algumas das 12 derrubadas estavam no entorno de um transformador elétrico com fios à mostra. A secretaria prevê que uma clareira de 12 metros seja aberta ao redor do equipamento.

 

A palmeira-leque cortada ficava bem em frente à sede do museu, fechado para reformas desde o ano passado.

 

Outro exemplar dessa espécie, com 89 anos, só não foi derrubado na terça passada porque um membro do conselho gestor se pôs à frente dela.

 

"Falei que não iam cortar e pronto", afirma Celso Henriques de Paula, 58.

 

Após discussões, um funcionário do parque ligou para o Condephaat e descobriu que o órgão não havia sido consultado pela prefeitura. O conselho de patrimônio diz que vai enviar um técnico para avaliar as medidas da gestão Fernando Haddad (PT).

 

A secretaria afirma que as ações estão previstas "no escopo do contrato de manejo e são executadas considerando vegetação e o local onde [a árvore] está plantada".

 

A pasta diz que, como corriam risco de cair e ferir frequentadores, as árvores podem ser removidas em caráter emergencial sem a aprovação do Condephaat. Além disso, afirma que solicitou 125 mudas para plantio no parque.

 

Fonte: Folha de S. Paulo