Classe média emergente gastou R$ 1 trilhão em 2013

18/02/2014

Antes, eles eram apenas uma classe que estava enriquecendo no Brasil. Hoje, eles já são maioria e estão na mira das empresas de todos os setores, tendo se transformado no mais relevante mercado consumidor do País. A chamada classe emergente já soma 108 milhões de indivíduos, mais que países como Alemanha, Egito ou França – se fossem uma nação, seriam o 12º Pais do mundo em população. O cacife é da mesma magnitude: seriam o 18º país do planeta em consumo – poderiam, inclusive pertencer ao G20.

 

Não por acaso se transformaram no principal alvo das empresas de consumo e serviços em todo o Brasil. No ano passado gastaram R$ 1,17 trilhão e movimentaram 58% do crédito distribuído em território nacional. E quem acha que o modelo de consumo se esgotou, pode estar enganado: para este ano, a previsão é vender de 11,7 milhões de viagens nacionais e internacionais, 7,8 milhões de notebooks, 4,5 milhões de tablets e mais 3,9 milhões de smartphones.

 

Essas são as expectativas da pesquisa Faces da Classe Média, lançada nesta terça-feira (17) pelo Serasa Experian em parceria com o Instituto Data Popular. Por classe média, a pesquisa entende famílias com rendas entre R$ 320 a R$ 1,120 mil por pessoa. "Nossa classe média é mais rica que 54% da população mundial", diz Renato Meireles, diretor-presidente do Data Popular.

 

Carro, TV de LCD ou plasma e viagens estão no alvo dos emergentes

 

A pesquisa identificou quatro perfis de consumidores dentro da classe média. O maior grupo é dos Batalhadores, que representam 39% dos novos ricos. Com uma média de idade de 40 anos, a maior parte (72%) é de solteiros e 49% tem emprego fixo.

 

Esses vêem no emprego a matriz da realização de seus desejos e vê na educação um mecanismo de ascensão social. Eles somaram R$ 388,9 bilhões em consumo no ano passado, com larga utilização do crédito – os financiamentos foram usados para compra do carro e reforma a casa. Os gastos estão com foco na família e para este ano estão na mira, as viagens nacionais de avião, os móveis, máquina de lavar, as TVs de LCD ou plasma e, é claro, a casa própria e o carro.

 

O segundo maior grupo são os Experientes, que representam 26% da classe e têm, em média, 65 anos. Estes lutam contra o preconceito e contra a sensação de depressão mantendo-se no mercado de trabalho em uma vida ativa. Neste ano, deverão consumir praticamente o mesmo que os Batalhadores, à exceção da casa própria e do carro.

 

Os Empreendedores valorizam a liberdade de escolha e atualmente e formam um grupo mais escolarizado que a média, já com ensino superior. Quase metade deles – 43% do total – têm carteira assinada e escolheram carreiras que sejam associadas ao seu gosto pela atividade. Estão em busca da realização dos sonhos de vida e neste ano deverão buscar as viagens internacionais de avião, notebooks, tablets e, também, o carro novo.

 

Por fim, o menor grupo é dos Promissores que, com uma média de 22 anos, são solteiros e já se descontrolam financeiramente. Para este ano, pretendem gastar com academia, faculdade, cursos profissionalizantes, notebooks, smartphones, o carro e a motocicleta.

 

Fonte: Ig