Falta de dinheiro causa males como ansiedade, insônia, irritação e dor de cabeça
20/02/2014
Os brasileiros têm a saúde mais abalada por problemas financeiros do que os europeus, que enfrentam crise econômica. Uma pesquisa realizada em quatro países da Europa e no Brasil mostrou que 32% dos latinos endividados têm ansiedade e 24% não conseguem dormir. Além disso, 30% recorrem a medicamentos.
Os dados são de levantamento feito por entidades de defesa do consumidor e divulgado pela Proteste, ontem. Segundo a chefe de psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, Fátima Vasconcellos, a preocupação com as dívidas deixa o corpo em alerta, o que causa aceleração do batimento cardíaco, mudanças no humor, insônia, abalo na autoestima e até depressão.
Ela acrescenta que o desespero diante das dívidas pode ser paralisante. “Quando isso acontece, é a hora de procurar ajuda de um psiquiatra”, alerta. O consumo de ansiolíticos e antidepressivos receitados por médicos auxiliam na saída deste estado psicológico.
No quesito consumo de remédios, o Brasil perde apenas para Portugal, onde 33% dos endividados usa medicamentos deste tipo.
Fátima Vasconcellos explica ainda que se livrar das crises de ansiedade é fundamental para resolver a causa do problema: o saldo vermelho no banco. “Os comprimidos atuam no nível de serotonina, substância responsável pela regulação do humor”, disse.
Participaram da pesquisa 8.507 pessoas de Brasil, Espanha, Bélgica, Itália e Portugal. Foram entrevistados 818 brasileiros.
O QUE FAZER
EXERCÍCIO
Fazer exercícios aeróbicos como corrida, natação e dança liberam endorfina, que traz sensação de felicidade e alivia o estresse.
CONVERSA
Compartilhar o assunto com pessoas queridas é uma forma de assimilar o real tamanho do problema, sem superestimá-lo.
DIVERSÃO
Atividades prazerosas e passar momentos com família e amigos ajudam a lidar com problemas.
RENEGOCIAR
A saída é não negar as dívidas e procurar renegociar com o gerente do banco, com pensamento positivo.
AJUDA
Pessoas que se endividam com frequência, por consumirem sem limites, podem procurar grupos de apoio a compradores compulsivos. Esses encontros auxiliam no tratamento.
Fonte: Ig