Nicolás Maduro abre processo para tirar CNN do ar

21/02/2014

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ameaçou na quinta-feira, 20, bloquear o sinal da CNN caso a emissora americana não "corrija" sua programação que, segundo ele, tenta mostrar que há uma guerra civil em curso no país.

 

"Eu pedi para a ministra (Delcy Rodríguez, da Comunicação) notificar a CNN de que iniciamos o processo administrativo para tirá-los da Venezuela caso eles não retifiquem sua programação", declarou Maduro. "Eu estava agora mesmo assistindo a CNN. Nas 24 horas do dia, sua programação é de guerra. Eles querem mostrar ao mundo que na Venezuela há uma guerra civil."

 

Este não foi o primeiro percalço enfrentado pela emissora americana desde o início dos protestos contra Maduro. Na terça-feira, o correspondente da CNN no país foi roubado por motociclistas com armas de grosso calibre, segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa. Na ocasião, foram levadas câmeras, equipamentos de transmissão e os telefones do jornalista.

 

A diplomacia venezuelana lançou uma ofensiva contra as críticas dos EUA e de países vizinhos à repressão às manifestações contra o governo venezuelano. A chancelaria divulgou nota criticando duramente as declarações do presidente americano, Barack Obama, sobre a crise e convocou a embaixadora do Panamá em Caracas para consultas, após declarações do presidente panamenho, Ricardo Martinelli, sobre a crise.

 

"Juntamente com a Organização dos Estados Americanos, pedimos que o governo da Venezuela liberte os manifestantes presos e comece um diálogo verdadeiro", disse Obama na noite de quarta-feira, na primeira vez em que comentou a respeito da crise venezuelana.

 

Explicação

Em resposta, a chancelaria venezuelana divulgou nota condenando as declarações, que teriam sido uma intervenção grosseira dos EUA em assuntos internos venezuelanos. "Esperamos que o governo americano explique porque financia, estimula e defende os dirigentes opositores que promovem a violência no nosso país", diz o texto.

 

Fonte: Estadão