Dia Mundial da luta contra AIDS 2023

01/12/2023


Pesquisas apontam que a cura da síndrome da imunodeficiência

adquirida (aids) está mais perto do que se imagina.


VAMOS FALAR DE ESPERANÇA ENTÃO, DE DIREITOS E DE SAÚDE??


Quando a pessoa vivendo com hiv (PVHIV) faz uso correto dos medicamentos antirretrovirais, é muito provável que ela consiga o controle do hiv.

Para se tornarem indetectáveis, as pessoas que vivem com o vírus precisam utilizar medicamentos antirretrovirais regularmente, o que permite que o seu sistema imunológico se recupere. Isso evita o adoecimento.


Essa é uma condição transformadora: para quem vive com o hiv, estar indetectável possibilita a consciência de que a infecção está controlada, o que significa que os sonhos e planos para o futuro não precisam ser interrompidos e que a vida pode seguir com esperança. Falar abertamente sobre hiv/aids e falar de modo correto ajuda a diminuir o estigma e o preconceito contra quem vive com o vírus. 


Ao longo dos últimos 20 anos, a ciência tem demonstrado que o tratamento antirretroviral é altamente eficaz na redução da transmissão do hiv. Agora, a evidência científica é clara: quando uma pessoa vivendo com hiv alcança a carga viral indetectável, o vírus deixa de ser transmitido em relações sexuais.


Mesmo sabendo que números atuais sobre a doença apontam que a aids ainda é um grave problema de saúde pública global; temos sim a perspectiva de que pessoas vivendo com hiv tem uma vida plena atualmente. Basta se cuidar, assim como em todas as doenças graves existentes que possam ameaçar nossas vidas.


Nosso compromisso pessoal é não nos expor as doenças; fazer a prevenção e a promoção da saúde; não contaminarmos as pessoas; e sermos solidários aos que estão com alguma enfermidade.


A força de quem vive com hiv também vem do apoio de profissionais de saúde, família, amigos, colegas de trabalho e de cada um de nós.


Ter saúde é praticar atitudes que contribuem para uma sociedade mais justa e fraterna sem acepção de pessoas, seja por gênero, raça, etnia ou status social e muito menos desmerecer alguém que entre nós pode estar com algum problema de saúde. 


VAMOS FALAR DE HIV/AIDS NO TRABALHO?


Nas nossas relações de trabalho e emprego, a questão da aids provoca confrontos que dualizam com direitos fundamentais: de um lado, o direito do cidadão ao trabalho, a não ser discriminado, à preservação da intimidade, impedindo que seja conhecido o seu estado de saúde, pelas graves conseqüências que o conhecimento provoca, e, de outro lado, o direito da comunidade à saúde, ao trabalho decente, o reconhecimento enquanto produtor de riquezas e soberanias. 


O estado sorológico de hiv, real ou suposto, não deveria ser causa de rompimento da relação de trabalho. As ausências temporárias do trabalho por motivo de doença ou para prestar cuidados relacionadas ao hiv/aids devem ser tratadas da mesma maneira que as ausências por outros motivos de saúde, levando em conta a Convenção sobre o Término da Relação de Trabalho, de 1982 e a R200 – Recomendação sobre o hiv/aids e o Mundo do Trabalho, de 2010.


As pessoas que vivem com o hiv/aids têm os mesmos direitos, benefícios e oportunidades que as que padecem de outras doenças graves e que ameaçam as suas vidas.


O movimento sindical, as empresas, tem um papel especifico na promoção e apoio as esforços para uma resposta ao hiv/aids no mundo do trabalho e através deste.


As pessoas soropositivas, sem sintomas da doença, devem ser tratadas como qualquer empregado e às que apresentam sintomas ou enfermidade relacionados com o hiv ou com a aids deve-se atribuir o mesmo tratamento do empregado enfermo. 


O local de trabalho é muito importante no que diz respeito à informação e ao acesso à prevenção, tratamento, atenção e apoio na resposta nacional ao hiv/aids; e a não violação de direitos por parte dos empregadores com risco de serem criminalizados por suas condutas é crucial. Muitíssimo importante o acolhimento de todos os trabalhadores; a solidariedade, o respeito; eliminando estigmas, preconceitos, violências e agravos no ambiente.


Devemos tomar medidas no local de trabalho, ou através dele, para reduzir a transmissão do hiv e atenuar o seu impacto:

(a) garantindo o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais;
(b) assegurando a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres;
(c) garantindo ações para prevenir e proibir a violência e o assédio no local de trabalho;
(d) promovendo a participação ativa de mulheres e homens na resposta ao hiv e à aids;
(e) promovendo o envolvimento e o empoderamento de todos os trabalhadores, independentemente da sua orientação sexual ou porque façam ou não parte de grupos vulneráveis;
(f) promovendo a proteção da saúde sexual e reprodutiva e os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres e homens;
(g) garantindo a efetiva confidencialidade dos dados pessoais, inclusive dos dados médicos.


Medidas de sensibilização devem enfatizar que o hiv não é transmitido por simples
contato físico e que a presença de uma pessoa vivendo com hiv não deve ser considerada como uma ameaça no local de trabalho.


Hoje no Brasil, 15 mil pessoas morrem de aids todos os anos. A cada 15 minutos uma pessoa se infecta com o hiv, precisamos lidar com esse triste diagnóstico e isso não é tarefa fácil.

Boletim Epidemiológico - HIV e Aids 2023 – Acesse e saiba mais:

https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/boletins-epidemiologicos/2023/hiv-aids/boletim-epidemiologico-hiv-e-aids-2023.pdf/view


Não sejamos estatísticas, sejamos promotores de saúde, de respeito, de esperanças.


“O compromisso sindical para com suas bases é agir quando as medidas existentes contra a discriminação no local de trabalho forem inadequadas, assegurando uma proteção eficaz contra a discriminação relacionada com o hiv/aids”.



Cleonice Caetano Souza

Diretoria de Previdência e Assistência Social

Vice presidente Nacional da UGT – União Geral dos Trabalhadores