Americanas (AMER3) com e-commerce fora do ar após suspeita de ataque: como isso afeta as operações e as ações da companhia?

21/02/2022


Mais uma vez, suspeitas de ataques cibernéticos afetaram as operações virtuais de uma companhia de varejo. Desta vez, foi a Americanas (AMER3), que viu os impactos serem sentidos com força no mercado de ações. Às 13h10 (horário de Brasília), as ações AMER3 caíam 4,09%, a R$ 32,34, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), do mesmo segmento, tinham queda entre 1% e 1,5% no mesmo horário.

A varejista teve que suspender parte dos servidores de sua plataforma de comércio eletrônico, depois de identificar riscos de “acesso não autorizado” no fim de semana, segundo informou ao mercado.

A Americanas disse, em comunicados, que os servidores foram atingidos inicialmente na madrugada de sábado. Ela conseguiu restaurar o acesso a seus sites à tarde, mas teve que derrubá-los novamente no domingo após outro caso de acesso não autorizado, fazendo com que seus sites Americanas.com.br e Submarino ficassem fora do ar.

“A companhia atua com recursos técnicos e especialistas para avaliar a extensão do evento e normalizar com segurança o ambiente de e-commerce o mais rápido possível”, disse a Americanas, acrescentando que suas lojas físicas não foram afetadas.

Ainda não há previsão para que os sites sejam restabelecidos. Embora possa haver suspeitas, ainda não há confirmação oficial sobre ataque hacker.

No submundo dos hackers, o grupo Lapsus$ reivindica o ataque. Quando no sábado, a americanas.com voltou ao ar, eles postaram em chats que haviam feito um novo ataque, desta vez também afetando o sistema de pagamentos, segundo informa a Veja: “round2 Americanas. This time we hacking the PCI (payment) environment also LOL”.

A XP destacou ver a notícia como marginalmente negativa, uma vez que o canal online representa cerca de 60% das receitas da empresa. “Continuaremos a monitorar a instabilidade para termos maior visibilidade dos possíveis impactos financeiros para a Americanas”, apontam os analistas da casa, que mantiveram recomendação neutra e preço-alvo de R$ 40 por ativo, ou potencial de valorização de 18,62% em relação ao fechamento de sexta-feira (18).

Já o Citi, citando também que o canal online representa 60% das vendas brutas vêm do digital, avalia que haverá um impacto considerável, embora espere que as operações sejam retomadas rapidamente.

“Ao longo de 2020-2021, notamos um aumento drástico nos ataques cibernéticos; Os ataques e a complexidade variam de acordo com cada caso, embora o mais comum seja o ransomware – invasores criptografando arquivos, tornando os sistemas inutilizáveis e pedindo um resgate em troca do sistema voltar a ficar on-line. Nosso entendimento é que os invasores se concentram mais em desligar a infraestrutura em vez de realmente roubar dados do usuário”, destacaram os analistas da casa em nota.

Fonte: InfoMoney