PlayStation 3 e Xbox 360 ainda são os consoles mais vendidos no País

05/09/2016

Quem olhar atentamente os números do mercado brasileiro de games pode acreditar que vivemos no passado: segundo dados da GfK, aparelhos lançados há mais de uma década como o Xbox 360, de 2005, e o PlayStation 3, do ano seguinte, ainda representam a maior parte das vendas de videogames novos no Brasil.

 

No período entre janeiro e julho de 2016, os dois dispositivos – que pertencem à sétima geração de consoles – responderam por 52% das vendas (e 36% do faturamento) no País. A estatística os coloca à frente dos mais modernos Xbox One e PlayStation 4 – ambos lançados em novembro de 2013 por aqui e com fabricação nacional.

 

É uma transição muito lenta: segundo os últimos dados divulgados pela NPD Group, consultoria que mede vendas de games no mercado norte-americano, a sétima geração de consoles respondeu por apenas por 2% das vendas nos EUA em março de 2016.

 

O cenário fica ainda mais esquisito ao lembrar que tanto PS3 como o Xbox 360 já foram descontinuados. “A sétima geração é um mercado de entrada, para quem ainda não tem um videogame”, avalia Marcelo Tavares, fundador da Brasil Game Show (leia entrevista acima).

 

Para Bertrand Chaverot, diretor geral da Ubisoft na América Latina, a crise econômica fez o mercado brasileiro ficar para trás na transição. “Precisamos de preços competitivos no varejo para ajudar o jogador a migrar”, diz o executivo.

 

Caixinhas. Em vendas de jogos, o panorama é um pouco melhor: segundo a GfK, games para PlayStation 4 e Xbox One já são maioria no mercado: 51% em termos de volume e 61,5% do faturamento.

 

“A maior parte das vendas de jogos na sétima geração hoje vem de catálogo”, diz Nelson Zambrano, diretor de marketing da Warner Games, responsável também pela distribuição de games como FIFA e Street Fighter no Brasil.

 

Hoje, são poucos os lançamentos dos grandes estúdios disponíveis para os videogames antigos: dentre os jogos exibidos na BGS, os títulos de futebol, Just Dance e a série Lego eram exceções.

 

“Hoje, os estúdios estão focados em criar games para os novos aparelhos. Só quem tem um mercado muito amplo lança games para a geração antiga”, avalia Anderson Gracias, gerente-geral de PlayStation para a América Latina. Na Sony, o principal esforço é atender o público de PS3 com jogos de catálogo, e trabalhar com varejistas para trazer promoções do PS4 e ajudar o público a migrar.

 

O mesmo vale para a Microsoft, que conta com duas vantagens: a primeira é a função do Xbox One que permite rodar jogos do Xbox 360, a chamada retrocompatibilidade. “O jogador não perde a biblioteca de games que construiu ao longo do tempo só porque mudou de console”, diz Puccinelli.

 

Além disso, a empresa está trabalhando em um programa de trocas para incentivar a migração dos usuários. Em breve, será possível ganhar desconto no Xbox One ao entregar o Xbox 360 usado no varejo. Questionada sobre o assunto, a Sony disse que não planeja um projeto semelhante, mas que não descarta o assunto. 

 

Fonte: Estadão