Com crise, mais de metade das greves foram originadas na esfera pública

05/01/2017

As greves de trabalhadores do setor público foram mais frequentes e longas que as dos empregados na esfera privada no ano passado, aponta projeção do Dieese (departamento intersindical de estatística e estudos sociais).

 

A duração média das paralisações dos servidores foi 2,5 vezes maior que a dos empregados com carteira assinada.

 

Os dados de 2016 não foram todos tabulados, mas, segundo o órgão, aconteceram cerca de 2 mil greves —mais da metade (55%) de servidores, que representam 12% da força de trabalho do país, de acordo com o IBGE.

 

As interrupções de trabalho foram menos numerosas no setor privado por conta do aumento do desemprego, diz Hélio Zylberstajn, da USP.

 

"O poder de barganha dos trabalhadores diminuiu, as posições foram menos duras e houve menos impasses. No setor público tem estabilidade, e é impopular reprimir os servidores", afirma.

 

As empresas precisam resolver a situação com rapidez ou perdem dinheiro. No setor público, a pressão é política, segundo Zylberstajn.

 

A crise mudou também a motivação das greves em ambos os setores, afirma Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese.

 

"Foram muitas disputas de natureza defensiva, para ter os salários pagos, e, em anos anteriores, eram casos de reivindicações para conquistar novos direitos."

 

É para já

A Via Varejo, dona do Ponto Frio e Casas Bahia, finalizou a integração de mais um centro de distribuição para lojas físicas e virtuais, em Ribeirão Preto (SP).

 

Desde que a estratégia foi oficializada, em outubro, oito unidades logísticas funcionam tanto para a operação on-line como off-line.

 

A expectativa é que o processo esteja consolidado com outros quatro centros até o segundo trimestre, diz Marcelo Lopes, vice-presidente de logística da Via Varejo.

 

"Derrubamos a média de entrega de 6 para 4 dias nas vendas on-line [desde o início da integração], e esse prazo deverá cair mais."

 

A adesão de clientes à entrega e à retirada em lojas na data da compra, possíveis desde o último trimestre de 2016, poderá reduzir o tempo de espera, afirma.

 

"Hoje, 20% dos itens elegíveis para serem buscados imediatamente (bens menores, como eletroeletrônicos e celulares) são vendidos por essa operação."

 

Cerca de 450 lojas oferecem a retirada imediata, enquanto entregas na data da compra on-line só valem para a região metropolitana de São Paulo.

 

R$ 13,15 BILHÕES

foi a receita líquida da Via Varejo até setembro de 2016

 

970

eram as lojas de Casas Bahia e Ponto Frio até o 3º trimestre

 

Inclusão sem sucesso

Apesar de a diversidade ser colocada como uma prioridade para 90% das empresas, ainda há barreiras para que funcionários cresçam dentro das companhias, segundo 48% dos gestores de políticas de inclusão ouvidos pela PwC.

 

Foram entrevistadas 500 pessoas em sete países —entre eles, o Brasil.

 

Há uma grande lacuna entre os programas promovidos e sua eficácia, diz Ana Malvestio, que lidera a área de inclusão da consultoria no Brasil.

 

No país, as empresas nacionais são as que menos promovem práticas para ampliar a diversidade, afirma.

 

"Principalmente nas companhias de pequeno e médio portes, não se percebe a importância das práticas."

 

Entre as políticas consideradas efetivas, estão medidas para que mulheres possam se tornar mães sem perder espaço na companhia, além de buscar fontes de recrutamento que possibilitem candidatos diversos, diz ela.

 

A consultoria lançou, na quarta-feira (4), uma ferramenta para avaliar a eficácia de programas de inclusão.

 

Fonte: Folha de S.Paulo