Setor de serviços seguram a lanterna da recuperação econômica

27/11/2017

A analista financeira Bárbara Tiemi Minomiya, de 29 anos, decidiu reduzir as despesas. “Vou me casar no ano que vem e estou procurando economizar onde posso”, diz. As idas ao cabeleireiro e a restaurantes estão mais espaçadas, as viagens ficaram para segundo plano e até o gasto com a conta de celular que ela também usa no trabalho entrou na lista de cortes.

 

No mês passado, Bárbara migrou de um plano de telefonia pelo qual pagava R$ 200, com menos capacidade de internet, mensagens e ligações, para outro com muito mais recursos e que sai pela metade do valor do plano antigo. “Mudei de plano por economia e para ter um relação melhor entre custo e benefício.”

 

A analista financeira Bárbara Tiemi Minomiya, de 29 anos, decidiu reduzir as despesas. “Vou me casar no ano que vem e estou procurando economizar onde posso”, diz. As idas ao cabeleireiro e a restaurantes estão mais espaçadas, as viagens ficaram para segundo plano e até o gasto com a conta de celular que ela também usa no trabalho entrou na lista de cortes.

 

No mês passado, Bárbara migrou de um plano de telefonia pelo qual pagava R$ 200, com menos capacidade de internet, mensagens e ligações, para outro com muito mais recursos e que sai pela metade do valor do plano antigo. “Mudei de plano por economia e para ter um relação melhor entre custo e benefício.”

 

Comparado a outros setores, como comércio e indústria, o estudo mostra que os serviços como um todo estão na “lanterna” da recuperação da atividade. De janeiro a setembro, o volume de serviços acumulou queda de 3,7% ante o mesmo período de 2016. “O desempenho dos serviços está negativo num nível não muito diferente do que foi no ano passado até setembro”, observa o economista-chefe do Iedi, Rafael Cagnin. No mesmo período, o comércio e a indústria já colocaram a cabeça fora d’água, saíram do terreno negativo, diz. No ano, até setembro, a indústria cresceu 1,6% ante os mesmos meses de 2016 e o comércio avançou 1,3%.

 

“O setor de serviços demorou mais tempo para sentir a crise e também deve levar mais tempo para sair dela”, afirma Vitor Velho, economista da LCA Consultores. A sua análise é semelhante à de Cagnin, do Iedi, que aponta o fato de o setor de serviços ser intensivo no uso da mão de obra como um dos fatores que estão atrasando a retomada.

 

Cagnin lembra que a demanda por serviços está ligada à renda corrente da população que, por sua vez, depende do emprego, cuja melhora é recente. Já a maior oferta de crédito e o juro menor têm ajudado na retomada da atividade na indústria e no comércio.

 

“Quando olhamos as pesquisas mensais, o resultado que destoa mais é o indicador de serviços”, diz o diretor de macroeconomia do Ipea, José Ronaldo de Castro Souza Júnior. Ele formula duas hipóteses para explicar o fraco desempenho do setor. Uma delas é que a inflação dos serviços, apesar de ter recuado, está acima da inflação geral, o que segura a demanda. A outra é que muitos trocaram os serviços privados pelos serviços públicos. Embora a economia tenha começado a retomar, a volta para os serviços privados é lenta.

 

Fonte: Estadão