Placa Mercosul dificilmente sai em 2019 para São Paulo

25/03/2019


O Estado de São Paulo, dono da maior frota de veículos do Brasil, com mais de 30 milhões de unidades (praticamente um terço do total registrado em todo o país) dificilmente terá condições de implantar a Placa Mercosul este ano. De acordo com relato de fontes do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) ouvidas por UOL Carros, a indefinição do governo federal quanto ao formato da placa, já disponível em sete Estados e presente em cerca de 1 milhão de veículos, é a principal causa do novo atraso -- associada à dificuldade de adaptar o banco de dados veiculares paulista com o sistema nacional de informações.

 

São Paulo e os demais estados que ainda não migraram para a placa Mercosul têm até o dia 30 de junho para adotarem o novo formato, conforme determinação da Resolução 770 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), de dezembro do ano passado -- esse foi um de três adiamentos para a Mercosul valer em todo o país até agora.

 

Porém, o Denatran recentemente orientou as unidades da federação que ainda adotam a placa cinza a aguardarem a conclusão de novos estudos sobre o padrão Mercosul, abordando aspectos como critérios para credenciamento; questões sobre chip e QR Code; volta dos brasões; definição dos aspectos físicos e técnicos da placa; bem como os custos envolvidos em toda a cadeia produtiva até o consumidor. Na última quinta-feira (21), o Denatran realizou em Brasília (DF) reunião consultiva com a participação de diversas associações de fabricantes e empresas do setor para debater esses aspectos.

 

"Implementar a placa Mercosul em 30 de junho no Estado de São Paulo é impossível. Até o fim do ano, muito difícil. A partir da definição de como ficará o novo padrão, o prazo necessário para ajustar o sistema de dados dos veículos, a cargo da Prodesp (a companhia estadual de processamento de dados), exigirá um prazo de quatro a seis meses. Não é só mudar a placa", disse a fonte à reportagem, acrescentando: "Não pode deixar de ter uma definição o quanto antes".

 

A fonte entrevistada destaca que a dificuldade, em um estado das dimensões como o paulista, com mais de 640 municípios, acontece porque o sistema de informações de cada cidade precisa ser atualizado para "conversar" com o banco de dados estadual, que por sua vez é integrado ao sistema nacional, bem como ao dos países-membros do Mercosul que já utilizam a nova placa -- casos de Argentina e Uruguai. "Algo em torno de 300 a 400 programas terão de ser modificados em todo o Estado por conta da nova placa", afirma.

 

Fonte: UOL